[Resenha] A Camareira - @intrinseca

Título Original: The Maid

Autora: Nita Prose 

Editora: Intrínseca 

Páginas: 336

Gênero: Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Suspense e Mistério 

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: Molly Gray não é como todo mundo. Ela luta com habilidades sociais e interpreta mal as intenções dos outros. Sua avó costumava interpretar o mundo para ela, codificando-o em regras simples pelas quais Molly poderia viver. Desde que vovó morreu, há alguns meses, Molly, de 25 anos, tem navegado pelas complexidades da vida sozinha. Não importa - ela se joga com gosto em seu trabalho como empregada de hotel. Seu caráter único, juntamente com seu amor obsessivo por limpeza e etiqueta adequada, fazem dela a pessoa ideal para o trabalho. Ela se delicia em vestir seu uniforme engomado todas as manhãs, abastecer seu carrinho com sabonetes e garrafas em miniatura e devolver os quartos de hóspedes do Regency Grand Hotel a um estado de perfeição. Mas a vida ordenada de Molly é revirada no dia em que ela entra na suíte do infame e rico Charles Black, apenas para encontrá-la em um estado de desordem e o próprio Sr. Black morto em sua cama. Antes que ela saiba o que está acontecendo, o comportamento incomum de Molly faz com que a polícia a tenha como principal suspeita. Ela rapidamente se vê presa em uma teia de engano, que ela não tem ideia de como desembaraçar. Felizmente para Molly, amigos que ela nunca soube que tinha se unem a ela em busca de pistas sobre o que realmente aconteceu com o Sr. Black - mas eles serão capazes de encontrar o verdadeiro assassino antes que seja tarde demais? Um mistério parecido com uma pista, uma sala trancada e uma emocionante jornada do espírito, A camareira explora o que significa ser igual a todos os outros e ainda assim totalmente diferente - e revela que todos os mistérios podem ser resolvidos através da conexão com o coração humano. (FONTE)

'A Camareira' marca a estreia de Nita Prose como autora, seu livro foi lançado aqui no Brasil primeiramente através do clube Intrínsecos (da Editora Intrínseca), que é a versão que eu tenho em mãos. Esse com certeza é o gênero de livro que eu leio raramente, mas sempre que decido me aventurar por ele acabo me surpreendendo, e com 'A Camareira' não foi diferente.

Aqui iremos conhecer Molly Gray, ela é camareira em um hotel de luxo e extremamente apaixonada pelo seu trabalho. Além de ter satisfação em deixar os quartos limpinhos para seus clientes, Molly é uma pessoa bem peculiar, ela não sabe interpretar bem as pessoas, principalmente quando usam alguma figura de linguagem. Isso acaba fazendo dela uma garota ingênua, da qual algumas pessoas maldosas tende a se aproveitar.

Quando me apoio no brilhante corrimão de bronze e subo os degraus escarlates que levam ao majestoso pórtico do hotel, sou Dorothy entrando em Oz. - Página 12

Antigamente Molly contava com a ajuda de sua avó, que a criou e sempre lhe ajudava a interpretar as pessoas ou situações da qual a neta tinha dúvidas. No entanto sua avó faleceu recentemente e ficar sozinha é algo que de certa forma vem mexendo bastante com a nossa protagonista.

A verdade é que eu costumo ter dificuldade com situações de socialização; é como se as pessoas estivessem jogando um jogo elaborado, com regras complexas que todos conhecem, mas para mim é sempre a primeira vez. - Página 14

Um certo dia, Molly encontra o hospede mais importante do hotel morto em sua suíte. Aparentemente o sr. Black teria morrido de causas naturais, mas não foi isso que provou a perícia. Logo uma rede de investigação paira sobre o estabelecimento e nossa protagonista precisa dizer tudo o que havia de estranho quando presenciou a fatídica cena. Mas como eu já disse a vocês, Molly não vê maldade nas pessoas, e isso a colocará em maus lençóis.

Primeiramente preciso dizer que a escrita que Nita desenvolveu nesse enredo é algo extremamente viciante, eu que fui sem a menor pretensão nessa leitura e acabei envolvida de uma forma que era impossível largar o livro um minuto sequer. 

Esse foi o tipo de leitura onde amar e odiar os personagens era algo muito fácil, e na maior parte do tempo senti uma empatia muito grande pela Molly, acho que o fato de eu também ter sido criada por minha avó, possa ter influenciado nisso. 

Sem a vovó, na maior parte do tempo sinto como se tivesse sido jogada em um campo minado usando uma venda. - Página 123

Confesso que eu não sou a maior fã de suspense, mas se você é, vá com calma, pois esse não é o tipo de livro investigativo que te fazer quebrar a cabeça e ser surpreendido com as revelações finais. Muitas coisas estão evidentes para o leitor, mas não para a protagonista, ainda assim arrisco dizer que alguma pessoas (talvez as menos afeiçoadas ao gênero) possam se surpreender bastante.

Estou feliz em ter a edição desse livro na versão do Intrínseco, que por sinal está extremamente linda e combinado com o conteúdo do enredo. 

Por fim, posso dizer que 'A Camareira' foi uma surpresa muito boa entre as minhas leituras. Chegou em minhas mãos como se não fosse nada de mais e trouxe uma experiência literária bem satisfatória, um texto com várias referencias, uma personagem única que me conquistou apesar de sua excentricidade, com certeza irei sentir saudades. A única coisa que me impede de avaliar com a nota máxima é que o suspense não foi algo tão chocante ou inovador, pelo contrário, e por um lado até entendo que esse não era exatamente o objetivo do enredo, que na verdade se trata mais sobre o que há por trás desses personagens do que propriamente o mistério do assassinato de um único personagem.

NOTA:

 

Nita Prose atua há anos como editora e já trabalhou em diversos best-sellers. A camareira é seu romance de estreia.