[Resenha] Cartografia de Afetos: Uma conversa sobre vivências, descobertas e os caminhos do autoamor - @ciadasletras

Título Original: Cartografia de Afetos: Uma conversa sobre vivências, descobertas e os caminhos do autoamor

Autor: Gabi Oliveira / Karina Vieira

Editora: Fontanar

Páginas: 208

Gênero: Não-ficção/ literatura brasileira

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: "Este é um livro sobre amor. Não o amor da forma que aprendemos, que não nomeia o que dói, mas o amor que constrói um novo mundo reconhecendo o que precisa ser transformado." – Elisama Santos, escritora, psicanalista e apresentadora. Inseguranças, família, auto-ódio, amor, relações inter-raciais, terapia, saúde mental... Desde 2019, Gabi Oliveira e Karina Vieira vêm tratando desses e de outros temas do campo das emoções no podcast Afetos, que nasceu com o intuito de criar uma comunidade de aproximação e compartilhamento de experiências. Agora, as autoras se aprofundam em alguns dos tópicos mais tocantes e fundamentais de que já falaram para criar, neste Cartografia dos afetos, um verdadeiro mapa de sentimentos, vivências e reflexões. Partindo da perspectiva de jovens mulheres negras, mas abordando questões comuns à maioria das pessoas, Gabi e Karina não pretendem propor soluções ou dar respostas para dilemas cotidianos; elas querem levar os leitores a pensar e compreender os próprios sentimentos – e, principalmente, encontrar o caminho da autoaceitação. (FONTE)

Lançado pelo selo Fontanar, 'Cartografia de Afetos' é um livro escrito pela dupla Gabi Oliveira e Karina Vieira, uma obra sensível sobre variados temas que serão explicitados durante a resenha. O livro é no formato de bolso, contém 208 páginas e tem uma belíssima capa. 

Esse é um livro que eu estava aguardando ansiosamente, acompanho o trabalho das autoras e também o podcast Afetos (Pooor favor, ouçam!), então assim que ele foi lançado, já quis ler para contar tudinho aqui.

Começo dizendo a infinidade de assuntos necessários que esse livro aborda, nossa! Vou listar alguns para que você tenha uma boa noção de tamanha diversidade:

1. Negritude,racismo
2. Síndrome da impostora
3. A importância de leituras de descolonizadas
4. Autoconhecimento
5. Autoestima 
6. Masculinidade
7. Terapia
8. Relações de poder e muito, muito mais!

A leitura me surpreendeu, me senti em uma conversa franca com uma pessoa que entende de vários assuntos importantes e consegue passar isso de uma maneira ágil e muito acessível, esse é um ponto que valorizo, leitura acessível para todos os públicos e que realmente faz o acolhimento do leitor, ao ler e ver como a escrita conversa com as experiências comuns ao ser humano, isso dá um maior valor à experiência de ler.

É nítido que as autoras fizeram um vastíssimo material de pesquisa para agregar ao escrito, pois há a citação de vários autores e autoras, além de distintas dicas de livros que falam do mesmo assunto, li com um marcador em mão a fim de destacar tudo que eu ainda vou querer ler e assistir após as recomendações de ambas autoras, acredito que serão de grande valia para aumentar meu repertório cultural.

'Cartografia de Afetos' vai mexer com os sentimentos, tocar em algumas feridas (isso com todo cuidado, inclusive há partes que as autoras colocam alerta de gatilho), mas sempre como diz o livro, com afeto. Então, apesar de eu ter lido muito rápido, sei que irei revisitar várias vezes as marcações que fiz, pois serve mesmo como um alento e bálsamo nessa correria que tem sido a vida moderna.

Se você deseja um livro para fazer você pensar sobre assuntos atuais, pertinentes e que vão te fazer querer ampliar seu autoconhecimento, então esse livro é para você, agora no fim do ano é também uma ótima opção de presente para você mesmo ou para quem você ama.

NOTA: 

GABI OLIVEIRA é comunicadora social, youtuber e ativista, reunindo aproximadamente 1 milhão de seguidores em suas redes. Ela criou com Karina Vieira o podcast Afetos, que deu origem a esta obra. Cartografia dos afetos é o primeiro livro da dupla. KARINA VIEIRA é comunicadora social, ativista e roteirista. Ela criou com Gabi Oliveira o podcast Afetos, que deu origem a esta obra. Cartografia dos afetos é o primeiro livro da dupla.

[Resenha] Os Números do Amor - @EditoraParalela

Título Original: The Kiss Quotient

Autora: Helen Hoang

Editora: Paralela - Companhia das Letras

Páginas: 279

Gênero: Ficção norte-americana

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: Um romance que prova que o amor muitas vezes supera a lógica ― agora com nova capa. Já passou da hora de Stella se casar e constituir família ― pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar com o sexo oposto não é nada fácil para ela: talentosa e bem-sucedida, a econometrista está no espectro autista, o que provoca dificuldades nas relações sociais. Se para ela a análise de dados é uma tarefa simples, lidar com os embaraços que uma interação cara a cara pode trazer parece uma missão impossível. Diante desse impasse, Stella bola um plano bem inusitado: contratar um acompanhante para ensiná-la a ser uma boa namorada. Enfrentando uma pilha cada vez maior de contas, Michael Phan usa seu charme e sua aparência para conseguir um dinheiro extra. O acompanhante de luxo tem uma regra que segue à risca: nada de clientes reincidentes. Mas ele se rende à tentação de quebrá-la quando Stella entra em sua vida com uma proposta nada convencional. Quanto mais tempo passam juntos, mais Michael se encanta com a mente brilhante de Stella. E ela, pela primeira vez, vai se sentir impelida a sair de sua zona de conforto para descobrir a equação do amor.  (FONTE)

Oi, gente!

Vamos para mais uma resenha? Vamooos!

'Os números do amor' é o primeiro livro da autora Helen Hoang, publicado no Brasil pela Editora Paralela, mas que acaba de ganhar essa nova edição.

Stella Lane sabe trabalhar com números como ninguém, sendo muito talentosa e bem-sucedida no seu trabalho, a mesma não pode dizer o mesmo no quesito relacionamento amoroso.

A senhorita Lane tem Asperger, um transtorno do espectro autista, e devido a essa condição a mesma tem dificuldade nas relações sociais.

Porém a mãe de Stella acha que já passou da hora dela se casar e construir uma família linda. Com essa cobrança da mãe a nossa econometrista tem uma ideia: Ela vai contratar um acompanhante para ensina-la como ser uma boa namora.

Michael Phan está com as contas em vermelho e precisando de dinheiro extra para pagar as contas o mesmo decide usar seu charme e beleza como acompanhante de luxo. A única regra é não ter cliente reincidentes, porém com a proposta de Stella o mesmo acha razoável quebrar essa regra.

Ele apoiou as mãos na cadeira diante dela. "Com licença, você é a Stella?"  Pág. 17 

Aos poucos Stella vai aprendendo a arte da paixão e o professor, bem acredito que algo não dará certo no final. Ou será que dará?

O que vai acontecer a cada virar de páginas, o leitor só descobrirá ser abrir o ler o livro, pois eu não serei boba de contar.

Nós já temos uma resenha desse livro com a edição antiga feita aqui no blog pela Ana (clique aqui para ler), achei ótimo, pois pude comparar a minha visão de leitura com a dela. Caso tenham lido deixem comentários, por favor, vou amar lê-los.

A história é bastante envolvente, os personagens são bem desenvolvidos, principalmente a Stella, como a autora é autista conseguimos ter uma noção do que realmente uma pessoa com essa condição passa.

Agora falando da diagramatura, não tenho nada do que reclamar. A obra possui páginas amareladas e uma fonte excelente, algo que ajuda muito no momento da leitura. A Editora Paralela sempre faz um trabalho perfeito.

Se você está cansado dos clichês de romance em que antes de ler você já sabe o final, recomendo qualquer livro da Helen Hoang para tirar a ressaca.

Até mais!

NOTA:   

OUTROS LIVROS DA AUTORA RESENHADOS NO BLOG:

HELEN HOANG leu seu primeiro romance na oitava série e, desde então, os livros se tornaram um vício. Em 2016, foi diagnosticada com autismo, experiência que serviu de inspiração para escrever suas obras. Atualmente, Helen mora em San Diego, Califórnia, com seu marido, dois filhos e um peixe de estimação.

[Resenha] Lore Olympus: Histórias do Olimpo (Volume 2) - @editorasuma

Título Original: Lore Olympus 

Autor: Rachel Smythe 

Série: Lore Olympus #02

Editora: Suma 

Páginas: 368 

Gênero: Fantasia / Ficção / HQ, comics, mangá / Humor, Comédia / Literatura Estrangeira / Romance 

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: No segundo volume da premiada série de Rachel Smythe, Hades luta para lidar com sentimentos até então desconhecidos para o Rei do Submundo, enquanto Perséfone tenta descobrir se suas expectativas para o futuro ainda condizem com suas escolhas. Best-seller do New York Times e ganhador do Prêmio Eisner, Lore Olympus é fenômeno absoluto do Webtoon e o quadrinho mais lido do mundo atualmente. Perséfone estava pronta para começar uma nova vida quando deixou o Reino Mortal para viver no Olimpo. Porém, ela logo descobriu o lado sombrio do novo e deslumbrante lar, e agora tenta encontrar seu lugar no mundo dos deuses, sempre em constante e rápida mudança. Hades também está abalado, lutando contra seus sentimentos pela jovem Deusa da Primavera, enquanto mantém seu reinado solitário do Submundo. Conforme se aproximam, os dois precisarão desatar os nós do passado e do presente para construir um futuro juntos. Ganhador do Prêmio Eisner e finalista do Prêmio Hugo, Lore Olympus reúne fãs ao redor do mundo todo. O segundo volume da série contém os episódios 26 a 49 do webcomic, além de um conto exclusivo e inédito. (FONTE)

Lore Olympus é uma HQ que virou sucesso após ser publicada digitalmente como Webtoon, e esse é o segundo volume da série publicada aqui no Brasil pela Editora Suma. Através de uma releitura moderna dos mitos gregos, iremos acompanhar o relacionamento improvável de Perséfone, a Deusa da Primavera, e Hades, o rei do Submundo.

A continuação começa do mesmo ponto em que finalizamos o volume anterior, durante uma ligação telefônica entre Hades e Perséfone. Ambos voltam a se aproximar novamente, mas enquanto o Rei do Submundo leva sua vida da mesma forma que antes, a Deusa da primavera passa a ser julgada por todos a sua volta por conta da fofoca que vem rondando o Olimpo.

Enquanto isso, Hera passa a se sentir culpada e de certa forma responsável por Hades não estar casado ainda, então acaba enviando Perséfone para um estagio em sua empresa no submundo. Agora, ambos estarão mais próximos do que nunca e precisarão lidar com seus sentimentos e as consequências que esse possível relacionamento poderia implicar. 

Assim como o primeiro volume o segundo me ganhou novamente, li numa sentada só, sem parar, com aquele sorrisinho bobo no rosto. Isso porque Hades e Perséfone são cativantes de mais, já que dessa vez temos em pauta alguns assuntos polêmicos como a diferença de idade, ele com seus dois mil anos e ela com dezenove, isso sem contar o fato dela estar no Olimpo para ser uma virgem sagrada e não arrumar um namorado. Esse relacionamento impossível é com certeza um prato cheio pra mim.

Apesar de eu ter gostado tanto do um como do dois, senti que aqui a autora quis dar uma desacelerada, segurar os acontecimentos para os próximos volumes, sensação que eu não sei dizer se foi igual para aqueles que acompanharam através da série.

Além disso fiquei esperando por um plot bem chocante como o do primeiro, mas o daqui com certeza não supera o anterior. Mesmo assim tivemos alguma cenas bem fofas e marcantes, como a da ilustração acima e uma outra onde Hades escreve uma carta.

Também amei o final e novamente me vi enlouquecida pela continuação, quero muito ter todas as HQs na minha coleção. Como se não bastasse as ilustrações serem lindas e transbordarem emoções, o enredo é algo viciante que me fez devorar página após página.

No entanto volto a alertar sobre as insinuações sexuais que o quadrinho deixa transparecer e que alguns gatilhos podem afetar de uma outra maneira os leitores mais sensíveis. Independente disso, já virei fã do trabalho de Rachel Smythe, e admiro o talento com Lore Olympus, pois estou realmente apaixonada.

NOTA: 

RACHEL SMYTHE é criadora de Lore Olympus, série vencedora do Prêmio Harvey, finalista do Prêmio Eisner e originalmente publicada via WEBTOON. Twitter: @used_bandaid Instagram: @usedbandaid Facebook.com/Usedbandaidillustration LoreOlympusBook.com                                                                                

[Resenha] Jovens Heróis da União Soviética - @edobjetiva

Título Original: Young Heroes of the Soviet Union - A Memoir and a Reckoning

Autor: Alex Halberstadt

Editora: Objetiva - Companhia das Letras

Páginas: 360

Gênero: Biografia / Memórias autobiográficas / União Soviética 

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: Ao enfrentar o passado e repassar sua história familiar, Alex Halberstadt reconta, sob um ponto de vista particular, os anos mais agudos do stalinismo, com seus segredos, repressões e mortes. Jovens heróis da União Soviética é um relato comovente sobre a frágil fronteira entre história e biografia. Enquanto buscava reconstituir a história de sua família em meio à repressão do regime stalinista, Alex Halberstadt se deparou com um estudo incomum, que parecia atestar algo em que ele já acreditava: o trauma de uma geração acaba sendo transmitido a seus filhos e netos, mesmo na ausência de contato direto. Ou seja, o passado não sobrevive apenas na memória, mas no corpo. Esse estudo o ajudou a explicar certas experiências vividas e compartilhadas pelas últimas três gerações de sua família. Nascido em Moscou e criado em Nova York, desde muito cedo Halberstadt optou por esquecer seu passado russo para, assim, abrir espaço para uma nova língua e novos costumes. Quando os amigos perguntavam sobre sua infância, não conseguia explicar o que significava ter crescido na Rússia e não tinha nada a dizer sobre o pai com quem mal tinha contato, o avô que não conhecia e a língua nativa que lhe era cada vez mais estranha. No entanto, o passado volta para assombrá-lo em sonhos insistentes e perturbadores e em medos infundados. É quando ele decide, então, ir atrás de sua verdadeira história. Na Ucrânia, encontra o avô paterno ― provavelmente o último guarda-costas vivo de Stálin. Revisita, na Lituânia, a casa de sua mãe judia e vasculha o legado do Holocausto e do antissemitismo que permanece insepulto. Por fim, volta para sua cidade natal, Moscou, onde a avó desenhava roupas para as esposas de ministros soviéticos, a mãe consolava dissidentes em um hospital psiquiátrico e o pai ganhava a vida vendendo discos americanos no mercado clandestino. Ao construir esse relato tão particular de uma família de imigrantes, Halberstadt vai além e reconta, com maestria, um dos períodos mais sombrios da história recente. “Não é só o registro das dores de uma família: é uma narrativa impactante sobre ditadura, guerra e genocídio.” ― The Guardian “Este livro é um triunfo.” ― Andrew Solomon, autor de O demônio do meio-dia  (FONTE)

Tudo bem, gente?

Mais um ano acabando e eu aqui compartilhando das minhas leituras maravilhosas para que vocês possam começar o 2023 com uma lista de livros para ler. Isso é o que eu posso dizer de começar o ano com o pé direito (rsrsrs).

'Jovens heróis da União Soviética: uma história de reencontro e um ajuste de contas' foi escrito por Alex Halberstadt e publicado aqui no Brasil pela Editora Objetiva.

Alex é um jornalista que nasceu na Rússia e cresceu nos EUA, com uma família marcada pelos anos de vivência na União Soviética o autor decide conhecer  mais sobre a história de sua família e como tudo o que aconteceu a muitos anos atrás modificou a sua vida de uma forma que o mesmo não conseguia mensura.

Já no início o autor nos mostra a relação ausente do seu pai e como a relação do seu pai e do seu avó também não eram tão próximas. O autor vai nos mostrando que a necessidade do dia a dia o impelia a querer respostas.

Quando nossos amigos perguntavam sobre minha infância, eu não podia contar com nenhuma convicção o que significava ter crescido na Rússia, nem por que tinha um pai relativamente jovem com quem eu mal falava e um avó que eu não conhecia...   Pág. 22

Como seu avó tinha sido guarda-costas de Stálin,  Halberstadt vai nos relatando o encontro que teve com seu avó e o que ele contava sobre o período soviético.

O livro é uma obra prima de conhecimento, pois como mencionei o autor é jornalista, portanto ao mesmo tempo que nos dar informações sobre o que o seu avó relata ele ainda vai ligando os pontos com os fatos históricos que já sabemos ter acontecido.

Ao longo do livro o leitor também terá muitas fotos para poder acompanhar as informações que são processadas. Ah, como o livro é uma auto biografia teremos flashes do autor falando de como ações, opiniões não dadas, histórias ditas pela metades e nomes não mencionados o afetavam.

Vemos nos escritos que a história de um país é a história de uma família que é a história de uma pessoa. Mesmo que seja no coletivo cada um é afetado de alguma forma.

Sobre a diagramatura, a mesma é perfeita, um escolha muito boa da editora, pois a fonte das letras são ótimas, as páginas são amareladas (acho que já devem ter percebido que amo páginas amareladas, né) e escrita do autor também é prazerosa. Uma combinação perfeita para um bom livro.

Se recomendo a leitura? Está mais que recomendado!

Gostaria muito que depois de ler viessem aqui falarem o que acharam, pois este é um daqueles livros que geram discursões e discursões sobre o assunto.

Um forte abraço e até mais!

NOTA: 

ALEX HALBERSTADT é escritor e jornalista, autor do premiado Lonely Avenue: The Unlikely Life and Times of Doc Pomus. Seus textos foram publicados em veículos como The New Yorker, The New York Times Magazine, Travel + Leisure, GQ, Saveur e The Paris Review. Estudou no Oberlin College e na Columbia University e hoje vive em Nova York.

[Resenha] As Aventuras de Pinóquio: Histórias de um Boneco - @EditoraZahar

Título Original: Le avventure di Pinocchio - Storia di un burattino

Autor: Carlo Callodi

Editora: Zahar - Companhia das Letras

Páginas: 255

Gênero: Romance / Literatura infantojuvenil

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: A história do boneco mais famoso do mundo nos Clássicos Zahar, em nova tradução que retoma o tom e a graça do original de Carlo Collodi. Publicadas originalmente de forma seriada num jornal italiano, as aventuras do boneco de madeira que deseja ser um menino se tornaram uma das histórias mais conhecidas da literatura universal. Espécie de fábula moral sobre aprendizagem, amizade, crescimento e valores éticos, As aventuras de Pinóquio traz dilemas que falam a todos nós, crianças, jovens ou adultos ― uma história cativante não apenas para o público infantil, mas para todos os leitores. Traduzida para mais de 240 países e 260 línguas, adaptada e recontada no cinema, no teatro e em milhares de versões, a narrativa por vezes acabou perdendo muito de sua riqueza original. Agora, a coleção Clássicos Zahar traz o texto integral de Carlo Collodi em tradução que recupera o sabor da prosa divertida e sofisticada do autor italiano e faz jus às peripécias de Pinóquio em sua busca por tornar-se bondoso, bravo e honesto ― um menino de verdade.  (FONTE)

Oi, gente!!!

Em uma coisa acredito que todos os leitores concordam, se não todos, mas 99,99%: Um clássico é um clássico. E Pinóquio é um clássico.

'As aventuras de Pinóquio: história de um boneco' é o famoso livro do escritor italiano Carlo Collodi e em 2022 a Editora Zarah decidiu publica-lo na sua coleção de edição de bolso de luxo, portanto aqui estamos nós falando dessa preciosidade.

Já no início da história vemos um pedaço de madeira que chora, sente cócegas e dar risadas. E nesse momento é que um amigo também marceneiro entrega a Geppetto a madeira.

Como sabemos, o boneco é transformado em menino, mas não um menino de carne e osso, um menino de madeira. Já nas primeiras páginas o leitor entende que Pinóquio é muito travesso e nem um pouco obediente. Em alguns momentos daremos risadas com suas travessuras, já em outros acharemos que o garoto mereceu os infortúnios que lhe aconteceu, porém será impossível não sentir compaixão pela situação que o mesmo se encontra.

Ao longo da leitura vemos o boneco caindo em conversa de larápios e em armadilhas, sendo preso, escravizado e enganado, se arrependendo, mas depois voltando a fazer as mesmas coisas que disse que não faria.

Porém tal qual o filme, será que o boneco virará um menino de verdade? Para saber o leitor terá que ler.

- Era uma vez...

- Um rei! - logo dirão meus pequenos leitores.

- Não, meninos. Erraram. Era uma vez um pedaço de madeira.       Pág. 27

Ah, quando disse que um clássico é um clássico é porque ao ler a obra de Collodi eu me encantei, não tem  como não se encantar. O autor escreve tão bem que parece que estamos ouvindo uma canção em cada virada de página.

A Editora Zarah também fez um excelente trabalho, o livro é belíssimo, tanto por fora quanto por dentro, mesmo sem conter ilustrações, sou até suspeita em falar, pois ando fazendo uma coleção dos clássicos publicados pela editora.

A diagramatura é do jeito que a gente gosta. As páginas são amareladas o que nos faz sentir aconchegados na leitura e ainda temos como bônus notas no rodapé com informações que nos enriquece na compreensão da história.

O que mais posso falar para que o leitor se apaixone? Acredito que mais nada, a não ser que o leitor seja um boneco de madeira muito desobediente.

Um forte abraço e até logo

NOTA: 

CARLO COLLODI, pseudônimo de Carlo Lorenzini (1826-90), nasceu em Florença, na Itália. Foi jornalista, crítico musical e dramaturgo. Começou a escrever literatura infantil em 1876.                                                                                                                                                     

[Resenha] Lore Olympus: Histórias do Olimpo (Volume 1) - @EditoraSuma

Título Original: Lore Olympus

Autor: Rachel Smythe 

Editora: Suma

Páginas: 384

Gênero: Fantasia / Ficção / HQ, comics, mangá / Humor, Comédia / Literatura Estrangeira / Romance 

Ano: 2022 

Comprar: Amazon

Sinopse: Amizades, fofocas, mentiras, festas glamorosas e amores proibidos fazem de Lore Olympus um retrato dos deuses gregos como jamais visto ― mais humano do que nunca. Finalista dos prêmios Eisner e Hugo e fenômeno absoluto no WEBTOON, o webcomic é uma releitura deslumbrante, envolvente e revolucionária da mitologia grega. Perséfone, a jovem Deusa da Primavera, acabou de chegar no Olimpo. Criada no reino mortal pela mãe de pulso firme, Deméter, ela recebe a permissão para viver no mundo dos deuses enquanto se prepara para seguir a vida como uma virgem sagrada. Quando a amiga Ártemis leva Perséfone para uma festa, sua vida muda completamente: lá ela conhece Hades, e o charmoso e incompreendido líder do Submundo desperta nela uma chama. Agora, Perséfone precisa aprender a lidar com as relações e as políticas confusas que regem o Olimpo, enquanto descobre seu lugar e seu próprio poder. O primeiro volume da série reúne 25 episódios do webcomic, além de um conto exclusivo e inédito. (FONTE)

'Lore Olympus: Histórias do Olimpo' é a primeira HQ da série Lore Olympus, de Rachel Smythe, publicada aqui no Brasil pela Editora Suma. Nessa obra nos deparamos com uma releitura moderna dos mitos gregos trazendo os Deuses de uma forma da qual eles nunca foram vistas antes. E é exatamente isso que faz dessa leitura algo tão viciante.

Nossa protagonista é Perséfone, a jovem Deusa da Primavera, que foi criada no mundo mortal por sua mãe super protetora, Deméter. Mas um certo dia, Perséfone decide que quer ir para Olympo se preparar para virar uma virgem sagrada assim como sua amiga Ártemis. E é quando essas duas vão a uma festa que a vida de Perséfone no Olympus começa a mudar, pois lá ela conhece ninguém mais, ninguém menos do que Hades, o rei do submundo.

Perante alguns acontecimentos, a futura virgem sagrada acaba passando a noite com o Deus mais pervertido do Olympo, e a forma como a qual ele a trata, desperta em Perséfone um enorme interesse.

Alguns não acreditam que a jovem tenha escapado ilesa a Hades, e seus amigos mais próximos a alertam para se manter afastada, mas no exato momento em que Perséfone tem uma oportunidade ela tenta fazer contato com Hades, que por sua vez não faz a mínima ideia disso. É obvio que atitudes tomadas em cima desses acontecimentos terão consequências capazes de magoar esses dois personagens.

Sobre o enredo eu irei me conter por aqui para não dar spoiler, mas o que posso dizer é que essa história que já era fenômeno na internet acabou de ganhar um espaço enorme no meu coração. Seus personagens inspirados nos Deuses 'mais populares' do Olimpo, são divertidos e de certa forma muito originais, exalando humanidade todas as vezes que entram em cena. Rachel Smythe fez um trabalho incrível!

Apesar do cor de rosa e azul serem as cores predominantes nas ilustrações, isso de forma alguma tirou a magnitude dos traços desse quadrinho. Muito pelo contrário, todas as imagens trasbordam emoções, principalmente durante a cena mais polêmica desse volume que eu também não posso citar para não estragar a experiência de leitura de ninguém.

As primeiras páginas de Lore Olympus trás um aviso de gatilho importantíssimo, então se você for um leitor sensível a ele, é bom mesmo ir com calma durante a leitura, pois eu mesmo que não tenho problema com isso, fiquei bastante impactada na reta final do quadrinho quando o gatilho é abordado.

Volto a dizer que a autora, Rachel Smythe, fez um excelente trabalho unindo Deuses gregos a problemas tão atuais e humanos, com certeza é um dos principais motivos que fazem de Lore Olympus o sucesso que é. Eu me apaixonei, ri e me choquei durante essa leitura que alugou um tríplex na minha cabeça (com certeza), e desde então só consigo pensar quando é que irei colocar as minhas mãos no volume 2, depois no 3 e assim por diante. 

Não irei recomendar essa HQ para todos, pois Lore Olympus puxa um pouco para o lado sexual, as ilustrações da protagonista mesmo explora bastante partes do seu corpo e aborda uma 'sensualidade inocente' onde a jovem não se da conta, mas para o leitor fica bem evidente, e eu ainda não sei se gostei muita dessa questão. Além disso temos alguns gatilhos que é avisado nas primeiras páginas, antes mesmo de dar inicio ao enredo. Então, mesmo eu sendo da opinião em que a autora não trouxe esses gatilhos por leviandade, alerto que se você for uma pessoa sensível a isso, vá com calma durante essa leitura.

PS: Para aqueles que já acompanhavam Lore Olympus no WEBTOON, saiba que tem novidades aqui para vocês também, pois a autora trouxe cenas que tinham sidos descartadas antes. 

NOTA: 

RACHEL SMYTHE é criadora de Lore Olympus, série vencedora do Prêmio Harvey, finalista do Prêmio Eisner e originalmente publicada via WEBTOON. Twitter: @used_bandaid Instagram: @usedbandaid Facebook.com/Usedbandaidillustration LoreOlympusBook.com                                                                                

[Resenha] Retrato do Artista Quando Coisa - @ciadasletras

Título Original: O Retrato do Artista Quando Coisa

Autor: Manoel de Barros

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 120

Gênero: Poesia nacional/ poemas / Literatura Brasileira 

Ano: 2022

Comprar: Amazon

Sinopse: No ano de nascimento de Manoel de Barros – 1916 –, James Joyce lançou Retrato do artista quando jovem, romance que iniciou o projeto de desarticulação da linguagem que se transformaria em uma marca do escritor irlandês. Não é difícil reconhecer os vínculos de Retrato do artista quando coisa com esse contexto. Além da subversão à lógica da sintaxe e da morfologia das palavras, este livro demonstra, mais uma vez, a conexão de Manoel à natureza. Como pedra, bicho, musgo ou qualquer outro ínfimo ser, o poeta se veste e reveste da paisagem pantaneira, construindo versos de uma força e lirismo impressionantes. Dividido em duas partes – "Retrato do artista quando coisa" e "Biografia do orvalho" –, este volume fala das insignificâncias, das coisas simples e pequenas, que são o projeto poético e ético de Manoel, presentes não apenas aqui, mas em toda a sua obra. "Manoel de Barros é um de nossos poetas mais originais de todos os tempos." – O Globo "Agora em seu Retrato do artista quando coisa, não contente em descoisificar o mundo, Manoel se coisifica e de poeta passa a ser, ele mesmo, parte integrante da poesia. Como naquele jogo de descobrir o bicho oculto num desenho, podemos descobrir o Manoel no poema." – Fausto Wolff (FONTE)

Olá gente, tudo bem?

'O Retrato do Artista quando Coisa' é um livro do autor Manoel de Barros, conhecido por sua simplicidade e valorização das coisas mais simples da vida, Manoel valoriza o mato, o passarinho, a vida... Com uma linguagem simples, coloquial, vanguardista e poética, o autor traz uma variedade de temas que mostram a beleza da vida.

Por ser um livro de poemas, não tem como aprofundar em cada um deles, mas recomendo ler com um olhar puro e sem vícios do mundo moderno, Manoel fala simples das coisas simples e isso toca o coração de uma maneira esplêndida, fiquei por diversos minutos refletindo cada poesia que li...

Eu sou professora de Português e atuo mais na gramática, mas em Literatura tenho meus preferidos e um deles é o Manoel de Barros, pois numa sociedade tão acelerada como é a nossa, ler Barros te leva à reflexão e pensamento para um lado mais singelo da vida! Poucos autores demonstram com maestria a incompletude da vida, a sede por paz e amor como Manoel de Barros.

'O Retrato do Artista quando Coisa' me trouxe uma frase que fez minha vida parar da correria em que eu estava para pensar "A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado.", ou seja, somos incompletos e isso não é um defeito, somos incompletos porque cada instante que vivemos faz parte desse quebra cabeça que é a nossa passagem por aqui, isso é tão significativo e com certeza um ponto que deve ser analisado fora da bolha que vivemos em que todo mundo quer ser perfeito e completo.

Outro ponto que gostei muito foi a referência constante à infância, o autor mostra cenas dessa época descritas em versos tão singelos, eles sempre remetem à terra, ao mato, à vida tranquila num ambiente propício liberdade. Se você quer ter um sentimento de nostalgia e vontade de descansar à sombra de uma árvore, esse livro rápido e fácil de ler precisa ir para sua lista de desejados.

E aí, já conhece Manoel de Barros ?

Ficou com vontade de ler?

Contaaaaaa tudo!

NOTA:   

MANOEL DE BARROS (1916-2014) nasceu em Cuiabá, mas foi criado numa fazenda próxima a Corumbá. Em 1937, publicou seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado. A partir de então, conquistou vários prêmios importantes, nacionais e internacionais, e sua obra foi traduzida para diversos idiomas.