[Resenha] A Tecelã do Céu - @EditoraSeguinte

Titulo Original: The Sky Weaver

Série: Iskari #3 

Autora: Kristen Ciccarelli 

Editora: Seguinte 

Páginas: 384

Ano: 2020

Gênero: Fantasia/ Jovem Adulto/ Literatura Estrangeira 

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Sinopse: No último volume da série Iskari, uma guerreira e uma ladra não vão medir esforços para encontrar Asha ― mas enquanto uma quer protegê-la, a outra quer matá-la. O reino de Firgaard passou por tempos turbulentos desde que Dax assumiu a coroa ao lado de Roa, uma garota nascida em território inimigo. Agora, cabe a Safire, prima de Dax e comandante do Exército real, manter a ordem na cidade. Quando Eris, uma ladra capaz de se deslocar por mundos diferentes, invade o palácio e passa a cometer roubos impunemente, Safire vê diante de si um desafio quase impossível: capturar alguém que consegue desaparecer num piscar de olhos. O que nenhuma das duas esperava era compartilhar o mesmo objetivo: encontrar Asha, irmã de Dax e namsara do reino. A diferença é que Safire quer garantir sua segurança, enquanto Eris pretende entregá-la a seus inimigos. Em uma corrida contra o tempo, uma vai tentar derrotar a outra a qualquer custo ― mas um sentimento surpreendente entre elas pode mudar tudo. (SKOOB)

'A Tecelã do Céu' da autora Kristen Ciccarelli foi um lançamento de 2020 da Editora Seguinte e é a conclusão da Trilogia Iskari, então essa resenha contém SPOILERS. 

Como nos livros anteriores da série, vamos acompanhar um casal de protagonistas diferentes, porém a trama principal continua, portanto, não recomendo a leitura fora de ordem. Aqui vamos acompanhar Safire, prima e comandante dos exércitos do rei-dragão, apesar de ser uma princesa, ela é filha de um príncipe com uma serva, logo era mantida como uma prisioneira e era proibida de tocar nos primos pelo rei anterior, isso deixou sequelas graves e desde que assumiu a liderança dos soldados, ela se propôs a proteger os inocentes e sempre ser justa. Nossa outra protagonista é Eris, uma ladra conhecida como Dançarina da Morte, pois jamais foi pega e ninguém sabe ao certo a sua aparência, ela possui um passado misterioso e isso a levará de encontro a Safire e o destino de duas nações. 

Quando o inimigo me cerca, lembro que você está comigo. E mesmo que quebrem meu corpo não levarão minha alma. - Pág 173

Primeiro, eu queria dizer que estou muito feliz, esse livro é o primeiro de fantasia que eu leio que tem romance sáfico e eu adorei essa representatividade, desde então já acrescentei vários outros na minha wishlist. Eu comecei a série há alguns anos e fiquei muito atraída pela mitologia criada pela autora, além de claro ter dragões e finalmente pude concluir mais uma série. Depois dos acontecimentos de ‘A Rainha Aprisionada’ na qual Roa se casou com o rei Dax e firmou uma aliança entre Firgaard e as Savanas, uma praga tem assolado as colheitas e desde então o povo vem passando fome, então é feita uma aliança com a Imperatriz da Ilha da Estrela. 

Esse livro foge da ambientação já conhecida pelos leitores e traz uma vibe marítima para a série, eu chamaria de uma fantasia náutica. Como o próprio título diz, aqui vamos conhecer a história de uma divindade famosa na série e que já teve um de seus objetos sagrados sendo apresentados no livro anterior, a Tecelã do Céu. Essa deusa tem o poder de costurar as almas dos mortos nas estrelas e foi a sua faca que conseguiu libertar a alma da irmã de Roa que estava aprisionada num falcão, então fiquem atentos a história contada dentro da história, eu criei muitas teorias, mas no final fui enganada. 

É a Tecelã do Céu. Uma deusa que costura almas e as transforma em estrelas. - Pág 149

Os protagonistas anteriores não aparecem muito na história, existem poucos diálogos com Asha, Torwin, Dax e Roa, aqui vamos focar em todos os traumas e inseguranças que Safire adquiriu quando estava presa e era abusada por Jarek, Eris também não possui um passado feliz e essa violência cobrou um preço para elas, o que faz com que elas sejam cautelosas no desenvolvimento do seu romance. Contudo, eu achei a atração muito instantânea, é um instalove e por isso tive dificuldade em acreditar nesse relacionamento, além disso, Eris toma decisões controversas, isso somado a sua fama como ladra, sua associação com pessoas de caráter duvidoso e para não mencionar como ela se vangloria desses atos para a Safire, faz com que ela não seja confiável, logo achei incoerente quando ela cobra confiança incondicional de Safire. 

Então é isso que você faz com todos os seus prisioneiros antes de conduzi-los até a morte? Zomba deles? Se vangloria? - Pág 165

Outro ponto que não me agradou é a fantasia, essa trilogia não possui um sistema mágico detalhado e com limitações, aqui a fantasia é mais esotérica, quase mística, o que faz com que tudo seja muito poético e não permite ao leitor contestar certos acontecimentos, tudo é possível. Percebi que esse não é o tipo de fantasia que me atrai, gosto mais quando o autor é inteligente para driblar as suas regras, sem realmente quebra-las; mas mesmo assim Kristen criou uma mitologia única que atrai bastante, acredito que se ela tivesse focado mais em alguns pontos, teria me agradado, por exemplo, por que os dragões são convocados quando histórias são contadas? 

Achei um livro mediano, porém indico para os leitores que querem começar a ler fantasia, a série como um todo vai permitir que que o leitor se familiarize com certos aspectos do gênero sem se perder em muitos detalhes. O romance sáfico é mais um ponto positivo e nessa série como um todo há majoritariamente o protagonismo de personagens negros. Leiam a trilogia Iskari e tornem essa série mais conhecida, sinto que ela não teve o devido valor no Brasil.

NOTA: 

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Kristen Ciccarelli cresceu no vinhedo de seu avó em Ontário, no Canadá. Já trabalhou como cozinheira, livreira e ceramista, mas agora se dedica à escrita de livros sobre dragões perigosos, garotas rebeldes que sabem usar armas como ninguém e o poder transformador das histórias