Sinopse: Depois de quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, cuidando de casos de divórcios, pensão, guarda e convivência familiar, a juíza Andréa Pachá se viu diante de um novo desafio: assumir uma Vara de Sucessões, onde lidaria com julgamentos de inventários, testamentos e curatelas. É a partir das experiências dessas audiências que Pachá desenvolve seu novo livro Velhos são os outros. Com talento singular para transformar as vivências no tribunal em ficção e uma capacidade impressionante de criar personagens muito vívidos e com desejos e motivações com os quais todos se identificam, Pachá narra acasos do tempo, da memória e das relações em família da perspectiva da Justiça mas sobretudo da perspectiva humana. Histórias delicadas, bem-humoradas e emocionantes sobre a longevidade pela qual tantos de nós anseiam — aquela que trará consigo as alegrias, dores, descobertas e perdas que só quem já caminhou bastante pode experimentar. (FONTE)
Oi, gente!!!!
Olha eu aqui de novo trazendo mais uma resenha de um livro espetacular, pois vocês sabem que eu só trago livro top, né? Vamos a resenha? Vamoooos!
Em 'Velhos são os outros', a juíza e escritora, Andréa Pachá fala sobre a velhice e como a mesma é encarada tanto pelo idoso quanto pelas pessoas ao seu redor, principalmente a família. Publicado pela editora Intrínseca, o livro é uma obra de arte.
Não era justo que, na velhice, as paixões se confundissem com decadência e incapacidade. - Página 140
Mas por qual motivo é uma obra de arte?
Andréa nos conta histórias sobre a vida, sobre os encontros e desencontros que acontecem nela, também sobre tristeza, dores e amores. Será que viver não é uma arte? Claro que é! Bem, são diversos personagens onde seus relatos de vida nos são apresentados a partir de uma mesa de audiência.
No conto 'Então, eu não existo?', temos o sr. Fernandes indo até a juíza reclamando da necessidade de mesmo vivo, e está frente a frente com a funcionária do banco, provar a sua existência.
Em 'Vingança é veneno', Heloísa cuida do marido, também idoso, que sofreu um AVC onde por consequência perdeu sua autonomia, porém a doença chegou quando o homem estava na cama com a amante.
Nós somos as circunstâncias e as memórias que conseguimos tatuar na alma ao longo da vida. O que foi vivido é um patrimônio significativo e valioso. - Página 94
Jair teve um divorcio muito conturbado com a sua primeira esposa e com o fim do casamento se ausentou totalmente da convivência com a única filha que teve. Casou- pela segunda vez, onde foi feliz e com o enteado teve uma relação de pai e filho. O que acontece é que agora viúvo, precisa se conciliar com a filha. Essa é uma das minhas crônicas preferidas e se chama: 'Às vezes dá certo'.
Essas são apenas algumas histórias das mais de trinta que o livro possui, foi bem difícil escolhe-las, porém consegui (Ufa!).
O que chega na velhice é a lembrança diária de que o fim se aproxima. - Página 65
Sendo esse o segundo livro que li da Andréa, a escritora me cativou de vez, não tem como não gostar de sua escrita, da naturalidade que conta as histórias e de como seus personagens parecem tão reais, chegamos a pensar que podemos encontra-los ao andar pelas ruas.
A obra me fez pensar bastante sobre a velhice, a dos outros e até a minha que daqui a pouco chegará (estou na casa dos vinte, mas o tempo voa). Pachá fala da necessidade de falarmos sobre a velhice em todos os âmbitos existentes, a mesma até o seu testamento no livro, amei muito, peguei para mim as suas palavras.
O livro está maravilhoso, a Intrínseca sempre faz um trabalho excelente e de primeira qualidade. A diagramação é muito boa, a fonte tem um tamanho bom também e o papel é amarelado, isso ajuda no processo de leitura.
Nessa estrada que não terminará enquanto existirmos, seguimos, velhos, olhando para outros velhos e nos sentindo menos velhos. Depois da velhice vem mais vida. E mais vida. E mais vida. - Página 13
'Velhos São os Outros' fala da brevidade da vida, da necessidade de nos prepararmos para a velhice e aceita-la, mas sem nos esquecermos que a vida deve ser vivida até o último suspiro. Recomendo a leitura.
Até mais!
NOTA:
Andréa Pachá é juíza, formada em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Antes de ingressar na magistratura, participou de um grupo de dramaturgia e trabalhou com cinema e teatro com nomes como Alcione Araújo, Amir Haddad, Aderbal Freire-Filho e Rubens Correa. Depois de quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, Andréa atualmente atua na Vara de Sucessões. Foi membro do Conselho Nacional de Justiça, vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros e coautora da Cartilha da Nova Lei de Adoção e Pela simplificação da linguagem jurídica. Pela sua atuação no CNJ, recebeu em 2010 o Diploma Bertha Lutz. Possui artigos publicados em jornais de circulação nacional e revistas especializadas. Além de Velhos são os outros, Andréa Pachá é autora de Segredo de Justiça e A vida não é justa.
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