Título Original: Heart of Darkness
Sinopse: Em meados da década de 1870, o rei Leopoldo II da Bélgica passou a promover supostas expedições humanitárias e científicas para “civilizar os selvagens” que habitavam o Congo. No entanto, o monarca apenas explorava o país: escavava o ouro, abatia elefantes em busca do marfim, promovia caçadas esportivas e devastava a floresta nativa. A riqueza produzida seguia diretamente para os cofres pessoais do rei. Além disso, essa exploração era realizada por meio de crueldades com os habitantes nativos, que morriam de fome, de doenças e por excesso de trabalho, ou sofriam torturas, estupros e massacres perpetrados pelos europeus. No ano de 1890, quase no fim de sua carreira marítima, o polonês Joseph Conrad desceu o rio Congo como capitão de uma embarcação a vapor. A experiência viria a marcá-lo pelo resto da vida. Ao chegar no Congo, Conrad encontrou apenas o horror em suas diversas facetas, o horror praticado pelos agentes da civilização, o horror absoluto. Ele rompeu o contrato de três anos e retornou à Inglaterra depois de apenas seis meses. Anos depois, baseando-se na experiência, escreveu o romance Coração das Trevas, em que o capitão Marlow relata sua viagem pelo grande rio africano para o resgate de um gerente de posto de comércio chamado Kurtz. Mais que simplesmente um relato de viagem, Coração das Trevas é também “uma obra metafórica, simbólica, que durante todo o século gerou interpretações psicanalíticas, políticas, filosóficas, de estudos de gênero, culturais, pós-coloniais”, como afirma o tradutor Paulo Raviere na introdução do volume. Seu estilo vivaz, exuberante e revolucionário o transformou em um clássico moderno, um dos livros mais importantes do século XX. Além disso, Coração das Trevas foi também uma das primeiras denúncias do genocídio belga. Não por acaso, décadas depois o diretor Francis Ford Coppola se inspiraria nele para narrar as tragédias da Guerra do Vietnã (1955–1975), no filme Apocalypse Now (1979).( SKOOB)
Olá, gente! Tudo bem?
Livro escrito por Joseph Conrad, autor polonês renomado que deixou como legado esse clássico chamado Coração das trevas. Obra escrita em 1899 e que tem uma carga forte de contexto histórico , pano de fundo é o horror do imperialismo ( Leopoldo II promoveu o horror no Congo por meio de um sistema escravagista e o genocídio do povo africano).
Por aqui já percebemos o tanto que esse livro tem um contexto terrível e que a narrativa tem notório teor biográfico, visto que o autor também passou por situações parecidas com as que o protagonista também lida . O iate está no Tâmisa , Clarles Marlow narra sua vida como marinheiro que está numa missão pelo Congo, o que o caminho o reserva é a visão das trevas, do mal... do horror.
O autor ao mesmo tempo que mostra o personagem como se fosse um parte dele mesmo também denuncia as terríveis ações contra o povo negro, todo tempo apresenta-se o contraste entre luz e trevas, fazendo a oposição entre civilização e a barbárie.
O que me chamou atenção na descrição do horror que cercou o Congo é que não há um monstro, não há criaturas sobrenaturais que assombrem, quem pratica atos horripilantes e de extrema maldade é o próprio ser humano , que subjuga outro baseado na cor de pele. As descrições são fortes e a manipulação e o temor se fazem presente a cada virar de página. Joseph fala sobre capitalismo, colonialismo, progresso e com isso ele traz indagações sobre o porquê de sempre querermos mais é onde essa busca pode nos levar.
O livro vai além do que esperamos, pois a cada página vamos vendo doença, loucura, pobreza e as piores mazelas da vida humana, o coração das trevas da sociedade. A obra não é sobre uma aventura é sobre “o horror, o horror!” , clássico de leitura um pouco difícil, mas depois que a contextualização é feita, melhora .Se você deseja conhecer esse clássico , essa edição da dark Side é ,sem dúvidas, a mais completa e contextualizada , ela traz Coração das trevas , traz também o diário do Congo ( escrito pelo autor em sua viagem ao Congo) , além de um texto sobre o autor , escrito por ninguém menos que Virgínia Woolf e posfácio dando boa percepção histórica.
A edição tem ilustrações com um traço fino e tão lindo que expressa tudo que a narrativa descreve, a capa também está lindíssima, uma edição para ninguém botar defeito! Amei tanto as ilustrações e ainda mais os cartões postais que vieram junto a essa bela e requintada obra, no estilo maravilhoso que só a Dark sabe fazer! Se você quiser conhecer mais desse clássico, indico colocar esse exemplar na sua lista e primeiramente ler um pouco sobre o contexto para ter uma visão ainda mais ampla sobre o que Joseph está denunciando nessas páginas.
E aí? Ficou com vontade de ler?
Me contaaaa tudooo!
NOTA:
Foi um escritor britânico de origem polaca. Muitas das obras de Conrad centram-se em marinheiros e no mar. Exilado com a família na Rússia, teve o primeiro contato com a língua inglesa através do pai, tradutor de Shakespeare, e outros autores de renome. Ganhou cidadania britânica em 1886, apesar de sempre ter se considerado polonês. Após abandonar sua carreira na Marinha, publicou o primeiro livro, A loucura do Almayer (1895). A esse se seguiram doze obras de caráter realista e romântico e 28 narrativas breves. Entre as mais importantes estão Lord Jim (1900), O coração das trevas (1902), Nostromo (1904), entre outras. Joseph Conrad morreu em 1924, na Inglaterra.
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