Autor: Carolina Maria de Jesus
Editora: Companhia das Letras
Série: Volume 1
Páginas: 224
Gênero: Diário / Literatura brasileira
Ano: 2021
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Sinopse: Com edição integral, ampliada com conteúdo inédito e refeita a partir dos manuscritos originais da autora, este primeiro volume de Casa de alvenaria abarca os meses em que Carolina Maria de Jesus morou em Osasco (SP), em 1960, após deixar a favela do Canindé. Através deste testemunho precioso que borra as fronteiras dos gêneros literários, acompanhamos a recepção de Quarto de despejo, as viagens de divulgação, o contato frequente com a imprensa e os políticos, o desenvolvimento de seu projeto literário e seu desejo de ser reconhecida como escritora. Dessa narrativa do cotidiano, entremeadas às contradições de seu tempo, emergem reflexões que permanecem mais atuais do que nunca. Eis aqui Carolina por completo, uma escritora brilhante e sem-par em nossa literatura, que desafiou todas as barreiras impostas por uma sociedade racista e desigual. Os volumes de Casa de alvenaria podem ser lidos de forma independente. “Ler Casa de alvenaria é penetrar no universo íntimo de uma das autoras mais instigantes da literatura brasileira.” ― da introdução de Conceição Evaristo e Vera Eunice de Jesus. (FONTE)
Oi, gente!
A resenha de hoje é sobre a obra de uma escritora que admiro muito, admiro a em todos os aspectos, e estou muito feliz por está falando dela.
O livro 'Casa de Alvenaria: Osasco' foi escrito por Carolina Maria de Jesus e publicado em nova edição pela editora Companhia das Letras, sendo este o primeiro de dois volumes, trarei em breve a resenha do segundo.
A autora de Quarto de despejo: diário de uma favela, narra as mudanças que aconteceram depois que o seu primeiro livro, este que acabei de citar, é publicado e vira um sucesso nacional.
Também em forma de diário, Casa de alvenaria, nos traz a tona a saída de Carolina da favela, a mudança para a cidade de Osasco e sua luta para adquirir uma casa própria, além das dificuldades em lidar com o sucesso e com os diversos tipos de pessoas que se aproximavam dela.
Ele quer ser vereador prometi auxilia-lo para encoraja-lo, porque percebi que ele pertence a classe das pessoas que sonha com a vida, sem procurar conhecer as realidades que é ação. Pág. 113
Vemos também as opiniões da escritora quanto aos políticos, ao funcionamento do país e a vida do pobre, em vários momentos a mesma afirma o quão difícil é vive no Brasil e como a educação poderia mudar a vida das pessoas.
A cada virá de páginas mergulhamos nos pensamentos de uma mulher que, mesmo com pouca instrução educacional, tinha uma mente extraordinária. É fabuloso ao leitor ler os escritos de Carolina, pois nos fazem ver uma mãe, uma mulher, uma cidadã que queria o bem não apenas para si e seus filhos, mas também para o seu país.
Que imensidades de terra há no meu Brasil! Não é necessario existir favela nêste pais, nem o custo de vida tão êlevado. Se eu fosse homem eu queria ser presidente para dar fim na miseria. Pág.60
Uma das coisas que me chamou bastante atenção na edição é que antes de iniciar o diário temos palavras da escritora mineira Conceição Evaristo e de Vera Eunice de Jesus, filha de Carolina, fiquei emocionadas como a mesma descreveu a mãe.
Também é muito emocionante o relacionamento da família, o amor que a escritora relata ao cita os filhos e como a mesma se alegra ao descrever a melhoria de vida, somos convidados a participar do seu dia a dia.
Quem cata algo no lixo não está roubando. Nós os que catamos algo do lixo para viver temos os nossos sonhos. Pág. 116
A obra é belíssima, tanto por dentro como por fora. A diagramatura é ótima, as letras tem um bom tamanho e as páginas são amareladas, o que facilita no momento da leitura. A Companhia das Letras fez um excelente trabalho, principalmente no tocante ao deixar os escritos da forma mais original possível, veremos alguns erros de ortografia, mas isso me fez sentir próxima da autora.
Esse é o meu primeiro contato com a escritora, não li o Quarto de despejo, porém espero ter a oportunidade em breve, todavia não me decepcionei em nada, só comprovei o talento que já tinha ouvido falar diversas vezes.
Espero que eu tenha conseguido trazer uma resenha que chegue próximo ao quanto eu estou feliz de vim aqui e indicar Casa de alvenaria. Recomendo, pois essa mulher merece todo o prestigio do mundo, por tudo que escreveu, por tudo que foi e por tudo que sonhou.
Até a próxima!!!
Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914, em Sacramento (MG), mas viveu boa parte de sua vida na cidade de São Paulo ― na favela do Canindé, em Santana e em Parelheiros. Com a publicação de Quarto de despejo (1960), que reunia fragmentos de seus diários sobre a vida na favela, ganhou projeção nacional e internacional. Em vida, lançou ainda Casa de alvenaria (1961), Pedaços da fome (1963) e Provérbios (1963). Morreu em 1977, aos 62 anos, em decorrência de uma crise de asma, deixando uma vasta obra composta pelos mais diversos gêneros literários, parte da qual ainda permanece inédita.
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