Titulo Original: The Night Diary
Autora: Veera Hiranandani
Editora: DarkSide Books
Páginas: 288
Ano: 2019
Gênero: Drama / Ficção / Infantojuvenil / Literatura Estrangeira
Comprar: Amazon; Loja Oficial DarkSide
Sinopse: A história comovente e pessoal de uma menina em busca de um lar num país dividido pela guerra. Nisha não é de falar muito. Quietinha e reservada, prefere observar as pessoas ao seu redor e anotar os detalhes do cotidiano em seu diário, onde pode ser ela mesma. E ser ela mesma não é nada fácil no epicentro da Partição da Índia, que, após séculos de tensão religiosa, atinge seu ápice criando dois estados independentes do governo britânico: a Índia (maioria hindu) e o Paquistão (maioria muçulmana). Parte hindu e parte muçulmana, Nisha não sabe muito bem a qual lugar pertence, e não entende os desdobramentos políticos deste momento tão crucial da história. Por que hindus e muçulmanos estão brigando tanto entre si? Por que milhares de pessoas precisam abandonar seus lares? E por que tantas acabam morrendo ao atravessar as fronteiras? Com as tensões criadas pela separação, o pai de Nisha decide que é perigoso demais para eles permanecerem no lugar que, agora, se tornou o Paquistão. É neste cenário turbulento que Nisha e sua família — o irmão Amil, a avó e o pai — embarcam no primeiro trem, rumo a um novo lar. (SKOOB)
'O Diário de Nisha' é um recente lançamento da Editora DarkSide Books, através do selo DarkLove. Aqui a autora Veera Hiranandani, narra em formato de diário, o conflito político-religioso que libertou a Índia da Inglaterra e dividiu o país entre Índia e Paquistão, dando inicio a uma terrível guerra entre Hindus e Muçulmanos.
Nisha é uma garota Indiana que acaba de completar seus doze anos, ela tem um irmão gêmeo chamado Amil, sua mãe faleceu no momento em que deu a luz à eles dois, deixando a criação dos filhos por conta do pai e a avó paterna. Em sua casa vive também Kazi, cozinheiro e amigo da família. Ele presenteou Nisha com um diário, uma vez que a garota é muito reservada e não gosta de falar, Kazi viu no diário uma forma de Nisha se libertar da timidez através da escrita e relatar as coisas que estão prestes a acontecer.
É no dia 14 de julho de 1947 que Nisha faz seu primeiro registro no diário, ela decide que irá escrever para sua mãe que já morreu, narrando tudo como se fosse em um livro de histórias. Só o que Nisha não sabia é que tempos difíceis estavam por vir, e um diário que aparentemente seria algo sobre sua vida monótona, se tornaria o registro de uma terrível guerra.
O diário tem capa de seda roxa e vermelha com pequenas lantejoulas e espelhinhos costurados nela. O papel é áspero e grosso, e tem cor de manteiga. Não é pautado, então eu gosto. Nunca tive um diário. - Página 11Através de sua narração vamos conhecendo um pouco mais de sua família, a relação que o pai tem com as crianças após a morte da mãe, o carinho com que tratam seu cozinheiro muçulmano e o fato do casamento entre seu pai e sua mãe ter sido algo que gerou muita polêmica, uma vez que ambas as famílias eram de religiões diferentes.
É em meio a isso também que Nisha nos fala sobre a libertação da Índia do governo britânico, o que deveria ser uma coisa boa, mas acaba por estar dividindo o país e criando o Paquistão, que agora abrigará todos os indianos de origem muçulmana. E estando Mirpur Khas, a cidade em que Nisha mora, dentro do Paquistão, sua família que é de origem Hindu, será obrigada a atravessar a fronteira se quiser sobreviver a esse conflito político-religioso que está tomando conta do país.
Amil diz que é bom nos libertarmos dos britânicos, mas o que isso significa? Liberdade não é poder escolher onde se quer estar? - Página 40
Quando peguei 'O Diário de Nisha' em minhas mãos pela primeira vez, fiquei encantada com a beleza da edição, uma das mais lindas e vibrantes que eu já tive, logo comecei a lembrar de algumas novelas que assisti alguns anos atrás e que me fizeram viajar por países, culturas e religiões tão diferentes do que eu já tinha ouvido falar. Esse foi o principal motivo que me fez dar incio na leitura, pois se foi algo tão interessante em uma novela, imagina nas páginas de um livro.
A narração de Veera Hiranandani através do olhar de uma criança de doze anos me conquistou a primeiro instante. Por se tratar de relatos do dia a dia dessa garotinha indiana, os capítulos são curtos, no entanto cheios de inocência e ao mesmo tempo muita emoção. Eu criei uma empatia gigantesca por essa garota de cultura tão diferente da minha, e em pouco tempo já me via envolvida na leitura de tal maneira que não conseguia mais me separar do livro.
A experiência dessa leitura não só me transportou para uma outra época, país e cultura, como também me trouxe um conhecimento gigante de um fato Histórico do qual eu não sabia quase nada. E eu adoro quando uma ficção é capaz de me agregar tanto assim. Por isso e pelo fato de ser um enredo totalmente comovente, capaz de despertar o melhor dentro de nós, que recomendo 'O Diário de Nisha' para todos vocês. Veera Hiranandani viu na história de sua família uma oportunidade de entender melhor o que seus parentes enfrentarem e lembrar a todos que os erros do passado devem servir de exemplo para criarmos um mundo mais tolerante e pacifico.
NOTA:

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Veera Hiranandani foi criada em uma pequena cidade de Connecticut, nos Estados Unidos e não conhecia nenhuma criança como ela onde morava. Sua mãe é uma norte-americana judia e seu pai vem de uma família indiana e hindu. Crescer ao lado de duas culturas tão distintas a fez encarar o mundo de um jeito diferente. Assim como Nisha, era muito tímida e gostava de observar as pessoas ao seu redor. Quando não estava jogando videogames, passava as horas livres lendo, inventando histórias, desenhando e fazendo biscoitos. Atualmente, passa seus dias escrevendo e dando aulas de escrita. Mora em uma cidade pequena com o marido, dois filhos e um gato extremamente temperamental. Saiba mais em veerahiranandani.com
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