Título Original: Time Second Hand 
Autor: Svetlana Aleksievitch
Páginas: 596
Gênero: Narrativas Pessoais; Guerra; Não-Ficção
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Comprar: Amazon; Americanas; Submarino; Shoptime

Sinopse: O povo russo assistiu com espanto à queda do Império Soviético. A política de abertura do governo Gorbatchóv impôs uma mudança drástica da estrutura social, do cotidiano e, sobretudo, da direção ideológica da população. Em O fim do homem soviético, Svetlana Aleksiévitch examina a vida das pessoas afetadas por essa transformação. Em cada personagem está um pouco da história russa — a mãe cuja filha morreu em um atentado; a antiga funcionária do Partido Comunista que coleciona carteiras abandonadas de ex-filiados; o velho militante que passou dez anos em um campo de trabalhos forçados. O livro traz um painel fantástico de russos de todas as idades que se movem entre a possibilidade de uma vida diferente e a derrocada da sociedade que conhecem. (SKOOB)

Tudo bem, pessoal?
A resenha de hoje será de mais um dos livros da Svetlana Aleksiévitch, publicado pela Editora Companhia das Letras.

Já tinha lido e até resenhei um livro da Svetlana, 'As Últimas Testemunhas', e como eu amei a leitura, decidi ler outro. Já deixando registrado aqui que logo mais virá resenha de mais uma obra da escritora. Mas vamos ao que interessa!


Em 'O Fim do Homem Soviético' teremos relatos de pessoas que viveram nos tempos de "vacas gordas" e/ou no tempo de "vacas magras" do comunismo na União Soviética. São relatos fortes e muito pessoais dos narradores porque a Aleksiétvitch é muito imparcial e qualquer interferência que houve enquanto colhia os depoimentos são descritos no livro por ela.

Os relatos vão desde pessoas que trabalharam no Partido Comunista Russo até pessoas comuns, as histórias são bastantes impactantes, eu nunca estudei ou li muito a fundo sobre a URSS, então fiquei horrorizada com algumas coisas descritas.
A história se interessa apenas pelos fatos, mas as emoções ficam à margem. Não é costume admiti-las na história. Eu, porém, olho para o mundo com os olhos de uma pessoa de humanas, não de historiadora. E me surpreendo com o ser humano. - Página 24

Umas das entrevistas que mais me chamou a atenção foi de uma secretária do comitê distrital do Partido, ela fala como as pessoas a trataram depois que o comunismo foi trocado pelo capitalismo no país, o que eu percebi com o seu relato é que havia muito ódio nas pessoas, mas já em outros relatos, como o da amiga da secretária que era a favor do termino do partido, havia esperança de um país melhor, eles tinham lutado não pelo capitalismo de fato, mas por um país melhor.

É muito intrigante ver como pessoas que viviam no mesmo país podem ter pensamentos tão diferentes referente a maneira certa de viver, com isso percebi que é importante analisar as nossas decisões como um todo porque afeta muito mais gente do que pensamos.


Estou sem palavras para dizer o quanto a obra foi importante para compreender um pouco mais sobre política, sou leiga no assunto, mas que é um assunto que diz respeito a todos.
Por um lado, o sistema triturava as pessoas, mas por outro as pessoas não tinham dó umas das outras. - Página 94
O livro vai mostrar a transição do comunismo para o capitalismo, os prós e os contras ditos pela visão daqueles que viveram essa transição e ao mesmo tempo daqueles que não viveram no comunismo, mas ouviram as histórias de seus pais e avós. 


Recomendo a leitura tanto para aqueles que já possuem o conhecimento sobre o comunismo na Rússia quanto para aqueles que nem tem ideia do que houve no país, pois o livro pode ser lido por qualquer pessoa. 'O Fim do Homem Soviético' possui uma cronologia da Rússia depois de Stálin, isso fez toda a diferença. Sem falar das notas que o tradutor faz e que ajudou bastante, parabéns pelo trabalho Lucas Simone.

Com uma diagramação maravilhosa, a obra também é dividida em duas partes, em que cada uma é subdividida em outras duas. Também vamos encontrar informações adicionais tiradas, por exemplo, de entrevistas, enciclopédias e jornais, colocadas pela autora.

Geralmente depois de ler um livro muito bom eu fico sem palavra e a Svetlana Aleksiévitch conseguiu mais uma vez me fazer ficar de boca aberta (rsrsrs).
Espero que tenham gostado da resenha e que tenham a oportunidade de ler o livro.

Um forte abraço
Até logo!


NOTA:

OUTROS LIVROS DA AUTORA RESENHADOS NO BLOG:


Svetlana Aleksiévitch nasceu na Ucrânia, em 1948. Jornalista e escritora, refinou ao longo de sua obra uma escrita única, desenvolvida a partir da observação da realidade e ostentando as melhores qualidades narrativas da tradição da literatura russa. Em 2015, recebeu o prêmio Nobel de literatura. Dela, a Companhia das Letras publicou Vozes de Tchernóbil e A Guerra não tem rosto de mulher.

Comentários via Facebook

0 comentários:

Postar um comentário

É muito importante para um blogueiro saber o que as pessoas tem a dizer sobre seus textos, pois sem isso nenhum blog consegue sobreviver por muito tempo! Deixe seu link (se tiver blog) para que eu possa visitá-lo também!!

Seu comentário é a minha maior fonte de respostas!!