Título Original: Úrsula
Autor: Maria Firmina dos Reis
Páginas: 223
Gênero: Ficção / Literatura Brasileira / Romance
Editora: Penguin
Ano: 2018
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Sinopse: Tancredo e Úrsula são jovens, puros e altruístas. Com a vida marcada por perdas e
decepções familiares, eles se apaixonam tão logo o destino os aproxima, mas se deparam com um empecilho para concretizar seu amor.
Combinando esse enredo ultrarromântico a uma abordagem crítica à escravidão, Maria Firmina dos Reis compõe Úrsula, um dos primeiros romances brasileiros de autoria feminina, em 1859.
Por dar voz e ação a personagens escravizados - como Túlio e a velha Suzana -, o livro da escritora negra maranhense é visto como a obra inaugural da literatura afro-brasileira. Retrata homens autoritários e cruéis, mostrando atos inimagináveis de mando patriarcal e senhorial em um sistema que não lhes impõe limites. (SKOOB)

'Úrsula' é um livro nacional que foi escrito por Maria Firmina dos Reis em 1859, sendo esta filha ilegítima de pai negro, negra e que na época tinha tudo para não ser nada, segundo a sociedade, porém ultrapassou barreiras. No final de 2018 o Grupo Companhia das Letras, através do selo Penguin, lançou 'Úrsula' em uma edição maravilhosa.


Tudo começa quando um jovem cavalheiro, que andando sem destino e triste com os acontecimentos vividos por ele, acaba sofrendo um grave acidente. O jovem em questão é Tancredo que, como por um milagre, acaba sendo salvo pela única pessoa que passava pelo local, o escravo Túlio.

Túlio o leva para a casa de sua senhora Luiza B, que fica em um local humilde onde moram também sua filha Úrsula e uma outra escrava que se chama Suzana.
Na casa da sua senhora, Túlio cuida de Tancredo até que este se recupere e é nesse período de recuperação que surge o amor entre o cavalheiro e a jovem filha da dona Luiza B.

Nesse enredo Firmina nos relatará a vida de dificuldades e tristezas de pessoas que eram tão seres humano quanto aqueles que os escravizavam.
Cadeia infame e rigorosa, a que chama: -Escravidão?!E entretanto este também era livre, livre como o pássaro, como o ar; porque no seu país não se é escravo. - Página 66
Devemos lembrar que na época da autora ainda existia escravidão, portanto os escravos não tinham voz, alguns não sabiam nem ler, pois vinham de terras distantes e seus senhores não os tratavam como seres igualmente dotados de inteligência.

Através deste livro, Firmina não apenas falou da escravidão, mas fez esses escravos falarem e erguerem a voz para expressarem seus sentimentos. Isso foi algo revolucionário e ao mesmo tempo corajoso, principalmente vindo de uma mulher e mulher que carregava todos os marcadores da desclassificação social da época.


O livro trás textos de introdução falando sobre a importância da obra e como foi aceita pela sociedade além de falar um pouco da história da autora, essa parte foi escrita pela professora e pesquisadora a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Machado. Temos também a cronologia com eventos tanto nacional como mundial que podem ser relacionados a trajetória de Firmina e de sua obra pelo também historiador Flávio dos Santos Gomes. Essas informações fizeram com que a compreensão tanto do livro como da autora fosse maior, tornando assim a edição muito rica.

Maria Firmina me cativou pela introdução que escreveu para o leitor sobre Úrsula e quero deixar aqui um trecho reiterando as suas palavras:
Deixai, pois, que a minha Úrsula, tímida e acanhada, sem dotes da natureza, nem enfeites e louçanias da arte, caminhe entre vós.
 Um forte abraço a até logo!


NOTA:

Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís em 11 de outubro de 1825 e morreu na cidade de Guimarães, Maranhão, em 11 e3 novembro de 1917. Tendo escrito Úrsula em 1859, é uma das primeiras romancistas brasileiras. A autora também escreveu o romance indianista Gupeva (1819 e reedições), um conto abolicionista chamado "A escrava" (1887) e uma série de poemas foram publicados em jornais do Maranhão. Maria Firmina participou da antologia poética Parnaso maranhense (1861) e, dez anos depois, reuniu seus poemas em Cantos à beira-mar.

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