Título Original: A boy made of blocks
Autora: Keith Stuart
Editora: Record
Ano: 2016
Páginas: 378
Gênero: Romance Inglês

Comprar: Amazon, Submarino, Saraiva, Livraria da Folha

Sinopse: Uma história sobre um pai e seu filho autista, e sobre um jogo que mudou suas vidas. Alex ama sua família, mas tem dificuldade em se conectar com Sam, o filho autista de oito anos. A tensão crescente da rotina leva seu casamento ao ponto de ruptura. Jody não aguenta mais o marido ausente e que pouco participa da vida do filho. Então Alex vai morar com o melhor amigo, e passa a dormir no colchão inflável mais desconfortável do mundo. Enquanto Alex enfrenta a vida de homem separado, cumpre a função de pai em meio-expediente e é confrontado com segredos de família há muito enterrados, seu filho começa a jogar Minecraft. E o que acontece depois disso é algo que nem Alex, nem Jody, nem Sam poderiam imaginar. Inspirado no relacionamento do autor com seu filho autista, O menino feito de blocos é um livro emocionante, engraçado e verdadeiro sobre o poder da diferença e sobre um menino para lá de especial. (SKOOB)

Sabe quando você acaba uma leitura e fica encarando a parede a sua frente tentando processar tudo o que acabou de ler? Pois é, foi assim que eu me senti lendo esse livro.

"O menino feito de blocos", conta a história de Sam um garoto que enxerga o mundo de uma forma um pouco diferente e especial o mundo no qual vivemos.


Jody e Alex se conheceram quando ainda eram muito novos, mas como num piscar de olhos a vida se encarregou de juntar os dois de uma forma não muito legal, sob a perspectiva de Alex, sobrecarregar ambos com responsabilidades que não estavam prontos para lidar.

Primeiro veio o casamento, então veio Sam, o filho deles, em seguida vieram os desgastes, o medo, a fuga e então a separação experimental. Com a sobre carga de ter a responsabilidade de lidar e criar sozinha Sam, visto que Alex estava o tempo todo dedicado ao trabalho ou então cansado demais para lidar com o filho, Jody pediu que eles dessem um tempo no casamento.

Completamente desnorteado, Alex pede abrigo ao seu melhor amigo Dan, um cara solteiro que divide seu tempo entre o trabalho, baladas e mulheres. Como se a situação não fosse ruim o suficiente, Alex acaba sendo despedido.


Se afundando em um imenso poço de auto piedade, Alex começa a repensar sua vida. Nesse meio tempo ele percebe o quanto se afastou de seu filho devido ao seu medo em lidar com as crises de Sam, determinado a mudar essa situação ele começa a pesquisar mais sobre o autismo a fim de compreender o filho.

Mas não é em livros e muito menos na opinião de especialistas que Alex encontra a forma de se reconectar com o garoto, e sim num jogo de videogame que a principio parece demasiadamente abstrato para ele.

No Minecraft, Sam consegue controlar tudo e encaixar todas as coisas de maneira harmônica e pacifica, e para um autista isso é o mais próximo da perfeição. O menino dedica-se cada vez mais ao jogo, e cativado pela apego do filho ao jogo, Alex dedica-se a conhecer mais desse universo e assim poder explorar ele lado a lado com Sam.

Enquanto dividem aventuras no jogo, pai e filho vão se conectando e se conhecendo. Alex finalmente aceita que precisa de ajuda para lidar com seu passado que interfere fortemente no seu presente, e Sam se permite cada vez mais explorar o nosso mundo que pra ele não passa de uma confusão de texturas, sons cores e desorganização.


O livro aborda um assunto do qual me interesso bastante, o autismo, inclusive já li outros livros sobre essa temática e resenhei aqui no blog também. Quando tive a oportunidade de ler "O menino feito de blocos" não pensei duas vezes e imediatamente inciei a leitura 

Uma das coisas que eu mais gostei no decorrer da tama, foi como o autor se preocupou em mostrar um lado mais real do autismo, sem muita romantização tal qual encontramos em vários outros livros.  Sam tem crises extremas que deixam os pais desconfortáveis, não é um super-gênio igual comumente se acredita que os portadores do autismo são, e mostra também o quão desgastante é para um relacionamento essa realidade.

A escrita do autor é sensacional, e a forma como ele constrói o relacionamento entre pai e filho, pouco a pouco é verdadeiramente encantadora. Eu realmente amei ver essa narrativa sob a perspectiva do pai, ver o ponto de vista masculino foi deveras interessante.


"O menino feito de blocos" é uma história sobre aprendizado, uma história que nos ensina a ser sensível ao outro, e a perceber o outro, ver o diferente não como alguém a ser rechaçado e sim como alguém que precisa ser compreendido e inserido no todo, levando em conta suas especificidades.

Eu estou completamente apaixonada pelo livro, indico-o a todos, mas principalmente aos pais e aqueles que estão, ou tem, algum interesse pela área da educação. Ah! E ele com certeza vai estar no pódio das melhores leituras de 2017. 

NOTA: 

Em 2012, um dos filhos de Keith Stuart foi diagnosticado como estando dentro do espectro autista. As implicações pareceram profundas. Mas então Keith e os meninos começaram a jogar videogame juntos, principalmente Minecraft. Keith escreve sobre games para revistas como, Edge e a Official Playstation, e depois, nos últimos 10 anos, como editor de games do The Guardian.

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3 comentários:

  1. Anna!
    O que achei mais importante foi o pai tentar encontrar uma forma de se conectar com o filho e reconhecer isso.
    E quem diria que um simples jogo de game, fez a relação deles melhorar?
    Gosto também de livros que abordam o tema Autismo e outras doenças psicológicas.
    FELIZ DIA DAS MÃES!
    “Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria.” (Santo Agostinho)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE MAIO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  2. Olá Anna, tudo bem?
    Eu estou a muito tempo querendo ler este livro. Por ser estudante de psicologia eu gosto de assuntos com esta temática. Achei super interessante o livro se passar pelo ponto de vista do pai, e quero muito ver como vai ser o desenrolar dessa relação pai e filho.
    Beijos

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  3. Oi!
    Quero muito ler esse livro, já vi outros livros que abordam o autismo, mas nunca de uma maneira tão real e mostrando as varias faces que tem, achei bem interessante todo esse enrendo e como o jogo acaba unindo e criando essa relação de pai e filho, esse livro está na minha lista de leitura !!

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