[Resenha] Irmãs em Auschwitz - @univdoslivros

Título Original: Rna's promise
Autor: Rena Kornreich Gelissen, Heather Dune Macadam
Páginas: 406
Editora: Universo dos Livros
Ano: 2016
Gênero: Não Ficção
Comprar: Submarino, Lojas Americanas

Sinopse: Irmãs em Auschwitz é escrito com simplicidade e graça E o sentimento avassalador que nos toma ao finalizar a leitura é um triunfo: ainda é possível encontrar altruísmo e união entre pessoas que vivem em um lugar de horror implacável. - Los Angeles Times Book Review Uma das poucas pessoas a se entregar voluntariamente para o exército alemão e ir a um campo de concentração quando ainda se acreditava que eram apenas campos de trabalho Rena Kornreich fez parte do primeiro transporte em massa de judeus para Auschwitz e sobreviveu ao campo nazista por mais de três anos, junto a sua irmã mais nova Danka. Juntas, ambas tiveram de ser resilientes a cada a perversidade vivenciada durante o período de aprisionamento. E, a despeito da iminência da morte, das doenças, das surras e do trabalho forçado, os relatos de Rena a respeito da convivência entre as prisioneiras nos garantem que a empatia emergida dentro de cada dormitório e de cada grupo de trabalho encorajou essas mulheres a permanecerem unidas até que Auschwitz fosse libertado e suas vidas fossem devolvidas para sempre. (SKOOB)

Olá pessoal, como vocês já sabem tenho muito interesse em livros que retratam o Holocausto, acredito que mesmo sendo um acontecimento horrível é preciso ter conhecimento dos fatos para entendermos um pouco sobre a capacidade das pessoas. Assim hoje venho trazer para vocês a resenha desse livro que me tocou profundamente, não só pelo tema que como todos sabem mexe com nossas emoções, mas principalmente porque tudo narrado de fato aconteceu com uma das autoras, essa história é a história da vida dela.

"Irmãs em Auschwitz", nesse livro uma das autoras "Rena" narrou tudo sobre os longos três anos e quarenta e um dias que passou em Auschwitz, uma história real e extremamente dolorosa, ela narra para Heather (escritora) sua história e fala que essa foi a maneira que encontrou de contar para seus filhos sobre seu passado, pois não teve coragem de contar a história pessoalmente, mesmo já tendo tentado por diversas vezes. Logo no início do livro Rena conta para Heather sobre a tatuagem que recebeu ao chegar na no campo de concentração, essa tatuagem foi seu nome durante o período que permaneceu ali "nº 1716", um número tatuado em seu antebraço esquerdo, logo abaixo do seu cotovelo, ela conta que removeu a tatuagem cirurgicamente, e depois relata o que transcrevo abaixo:

Haviam muitas pessoas que não sabiam e haviam perguntas demais: "O que significam esses números?", "É seu endereço?" "É seu número de telefone?".
O que eu deveria dizer? "Esse foi meu nome por três anos e 41 dias".
Então resolvi remover as perguntas do meu braço, mas não da minha mente - isso nunca pode ser apagado.   

O livro nos da uma dimensão do ocorrido de uma forma tão real e forte que preciso admitir de todos os livros que li sobre o holocausto esse foi o mais difícil e mais intenso, o amor de Rena pela irmã Danka, e sua luta diária para que ambas ficassem vivas e juntas é imensamente tocante, e demonstra o quanto o amor e a fé são capazes de nos fazer passar pelo extremo, e quando falo extremo acreditem a situação relatada vai além do que qualquer um de nós poderia imaginar. Rena foi realmente uma mulher incrível, por tudo o que ela passou e por ter tido a grandeza de compartilhar suas memorias e sua dor com todos os que tiveram e terão a oportunidade de ler esta obra.

Meu sonho não pode ser maculado pelos chicotes dos alemães,pelas correntes ou regras. Vou ter sucesso porque não tenho outra escolha. O fracasso nem sequer me ocorre. Podemos morrer nesse ínterim -  a morte não pode ser evitada aqui - , mas nem mesmo isso pode me dissuadir de meu único propósito na vida. Nada mais importa a não ser estas quatro coisas: Ficar com Danka, ficar invisível, ficar alerta, ficar entorpecida.  

São tantos os trechos do livro que gostaria de transcrever para que vocês, para que assim vocês possam ter um pouco do que ele trás, mas enfim acreditem ler essa obra foi uma experiência única. Posso dizer que me tocou e me fez mais uma vez sentir amor e compaixão por todas as vítimas que passaram pelo mesmo sofrimento, não tem como não visualizar tudo o que é relatado no livro, e por isso eu acho que essa leitura é mais do que obrigatória para que cada um que ler tenha em mente o quanto é importante amar as pessoas e não apontar diferenças, porque foi o fato dos Alemães se acharem superiores que desencadeou todo o horror vivido pelas vítimas do holocausto.

Precisamos entender que não devemos alimentar o preconceito de nenhuma maneira, não pode ser normal fazer brincadeiras sobre a aparência das pessoas, ou sua religião, ou sua orientação sexual. Respeitar as pessoas isso é o que devemos fazer. 

Eu amei a escrita, amei a capa e acho que as autoras fizeram um excelente trabalho. Indico esse livro para vocês como fonte de conhecimento da história da humanidade, para que ele inspire vocês a serem cada dia melhores. Comentem abaixo o que acharam da resenha e se pretendem incluir esse livro na lista de leitora de vocês. Beijosss!

NOTA: 

Rena Kornreich Gelissen, era polonesa, filha de camponeses e uma das irmãs do meio, entre quatro. Foi enviada a Auschwitz no primeiro transporte em massa de prisioneiras femininas. Junto à irmã Danka, sobreviveu aos horrores do campo e foi libertada no fim da guerra. Rena constituiu família com seu marido, John, e tiveram quatro filhos e três netos. Quando enfim decidiu narrar sua história para que as pessoas conhecessem, Rena contou com a ajuda de Heather.

Heather Dune Macadam, mora em Hampton Bays, Nova York, e é escritora, educadora e presidente da fundação Rena's Promise Internacional Creative Writing Camp, que oferece cursos para crianças e adolescentes que têm interesse em desenvolver suas habilidades na escrita. Criada em memória a Rena, a fundação visa promover o encontro de jovens de todas as esferas sociais e proporcionar um ambiente  acolhedor em que possam fomentar trocas interculturais e assim germinar um mundo com menos ódio e preconceito.