[Resenha] Tito, meu irmão e eu - Editora Edelbra

Titulo Original: Tito, meu irmão e eu
Autor: Biágio D'Angelo
Ilustrador(a): Elma
Páginas: 48
Editora: Edelbra
Ano: 2012
Gênero: Texto em prosa – pequena história

Sinopse: É uma história que fala de morte, e quem narra é um menino que vive pela primeira vez a experiência da perda. Mas não há trauma. A dor é apresentada pelo ponto de vista da criança, que revela a sabedoria da infância ao ter de lidar com o desconhecido. A linguagem poética de Biagio D’Angelo e as belíssimas ilustrações de Elma, traduzem com maestria a singeleza do pensamento infantil (SKOOB)

Já faz algum tempo que recebi esse exemplar da Editora Edelbra, mas até então ele estava na minha estante, esperando uma oportunidade de ser lido, e hoje, nesse clima de dia das crianças, resolvi finalmente fazer essa leitura, que por sinal é algo doce, leve e sensível como a alma de uma criança.

Em 'Tito, meu irmão e eu' conhecemos duas crianças de idade desconhecida. A narração em primeira pessoa também nos leva a conhecer outros membros desta família: a avó, a mãe e o pai. No entanto o enredo começa mencionando o tio Jonas, que acaba de partir para o céu pra viver com os anjos e bem-ti-vis. Daí por diante somos guiados pelas lembranças que a criança escreve em seu diário, nos levando ao titulo deste livro: Tito.

Um dia a avó chega em casa com uma cesta e dentro dela há um coelho preto. A mãe diz que casa de gente não é casa de coelho, mas acaba se convencendo a deixar Tito ficar. Essa hospedagem dura apenas alguns dias, mas o suficiente para ensinar e nos emocionar.

O que entendemos sobre o tempo? Quem é que nunca perdeu o sono com uma perca? Seu sorvete nunca caiu no chão? Para onde será que vamos? Você já perdeu um bichinho querido, um brinquedo ou sua caneta/meia/amuleto da sorte?

O autor Biagio D'Angelo perde coisas há mais de quarenta anos, e quem é que nunca perdeu? Ele sempre sentiu a necessidade de abordar esse assunto, mas não tinha encontrado uma maneira até ler "O pato, a morte e a tulipa" (livro que ao ser mencionado pelo autor, também me despertou uma enorme curiosidade para ler). Este livro cheio de ilustrações belíssimas, foi inspirados nessas percas, que o autor, eu e você, já enfrentou ou vai enfrentar um dia.

Em conjunto ao trabalho da ilustradora Elma, que não gosta de perder nada, o conjunto dessa obra ensina a lidar com as percas e a manter todas as coisas boas guardadas no coração. Lição que ao me ver deve ser ensinada já na infância, pois as vezes achamos aquilo que perdemos, já em outras vezes o que se foi não volta mais, e é preciso ser forte para ver voar aquilo que não vai mais voltar.

Este livro está classificado como literatura infanto-juvenil, e é a minha dica para você que está procurando um livro especial para alguma criança. As ilustrações são tão delicadas quanto ao assunto e a forma como Biagio o desenvolveu, do ponto de vista de uma criança. Recomendo! O livro é indicado para crianças na faixa etária dos 9 anos.

PS: Especialmente esta semana estaremos trazendo algumas dicas de literatura infantil.

NOTA:

Biagio D’Angelo nasceu na Sicília (Itália). Formado em Línguas e Literaturas Orientais pela Universidade de Veneza. Publicou livros de poesia e por Benjamin ganhou o Prêmio Jabuti em 2012.