[Resenha] Labirinto - @DarkSideBooks

Titulo Original: Labyrinth
Autor: Jim Henson e A. C. H. Smith
Páginas: 272
Editora: DarkSide Books
Ano: 2016
Gênero: Literatura norte-americana, Ficção

Sinopse: Trinta anos sem perder a magia. Tudo começou em um pequeno “labirinto” real na cabeça de James Maury, mais conhecido pelo nome de Jim Henson. O cartunista, músico, roteirista, designer e diretor sabia acessar como ninguém o coração das pessoas e o seu maior dom foi dar vida a seres inanimados. A nova geração pode não lembrar do seu nome, mas com certeza tem seus personagens gravados na memória: Os Muppets, Vila Sésamo, Muppets Babies e até a inesquecível Família Dinossauro. Além deste, Henson também criou fábulas como “Labirinto”, em parceria com George Lucas, filme que encantou toda uma geração quando foi lançado, há 30 anos, com David Bowie como Jareth, o Rei dos Duendes, e também responsável pela trilha sonora, e uma jovem Jennifer Connelly no papel de Sarah, a protagonista que deseja que os duendes levem Toby, seu meio irmão e – para seu espanto – é atendida. Arrependida, ela é desafiada pelo Rei dos Duendes a atravessar o sombrio Labirinto, repleto de perigos e seres mágicos. A novelização de Labirinto finalmente é publicada em português, em uma edição à altura do mestre. Escrita por A.C.H. Smith em parceria com Henson, a edição apresenta pela primeira vez as ilustrações dos duendes feitas por Brian Froud, que trabalhou no filme, além de trechos inéditos e nunca vistos com 50 páginas do seu diário, detalhando a concepção inicial de suas ideias para Labirinto, comemorando os 30 anos do filme em grande estilo. (SKOOB)

'Labirinto' é filme dos anos 1986, dirigido por Jim Henson, que eu assisti apenas uma vez quando era pequena, mas que foi o suficiente para a história nunca mais sair da minha memória. Por muito tempo eu procurei reencontrar o filme da garota que atravessa um labirinto para ter o irmão de volta, mas me deparava com diversos filmes de labirinto, menos o que eu realmente queria. Até que a Dark Side anunciou esse lançamento, e eu simplesmente pirei por finalmente poder rever esse enredo e em um formato que eu tanto amo: nas páginas de um livro.

Nossa história começa com a protagonista Sarah ensaiando as falas do livro 'Labirinto' para a escola, até ser interrompida por sete badaladas que a fizeram lembrar do quanto estava atrasada para chegar em casa. Assim como a maioria dos finais de semana a garota mais uma vez tem que bancar a babá do meio irmão Toby, enquanto seu pai sai com sua madrasta. No entanto, Sarah já está cansada dessa situação, onde Toby tem prioridade em tudo, a ponto de interferir na vida da garota. E no decorrer da noite ela acaba perdendo a paciência com a choradeira do bebe, é ai que ela pronuncia algumas falas do seu livro, desejando que o rei dos duendes apareça e leve a criança. Só o que Sarah não imaginava é que seu pedido se tonasse realidade, e que Jareth - o rei dos duendes - se materializasse em sua frente para levar embora seu meio irmão.

A garota até tenta impedir o rapto de Toby, mas é tarde de mais para isso. Agora, para recupera-lo ela terá que desvendar o labirinto e chegar até o castelo do rei dos doentes num prazo de treze horas. Caso contrário seu meio irmão se transformará em um duende e ficará prezo aquele castelo para sempre.

Daí por diante acompanhamos a busca incessante de Sarah pelo irmãozinho, e junto dela nos deparamos com diversas metáforas da qual a farão refletir na sua vida e nas atitudes anteriores ao ocorrido. O legal é que isso me levou a me questionar sobre minhas próprias atitudes em relação algumas coisas da minha vida pessoal, principalmente a parte com a mulher do lixão.

O labirinto que Sarah precisa desvendar é um lugar incerto, onde tudo e todos são como uma grande ilusão, e isso me fez lembrar bastante um tal país das maravilhas, e assim como Alice, nossa menina Sarah se deparou com personagens peculiares, que em meio a várias aventuras, acabaram conquistando não só o dela mas também o meu coração.

'Labirinto' foi aquele livro que me conquistou já na primeira página, e livros assim são raridades na minha vida literária. Além disso, eu tenho um pouco de receio com obras inspiradas em filmes, e na maioria das vezes sempre me decepciono com essas adaptações, mas dessa vez ler um livro de um filme foi tão bom quanto ler um livro de uma história totalmente desconhecida. A. C. H. Smith transcreveu com maestria a narrativa de Jim Henson, tanto que dessa vez não senti como se estivesse apenas lendo um script. Juntar esses dois talentos foi um trabalho totalmente digno e a melhor maneira de comemorar os 30 anos do clássico.

Como se não bastasse motivos suficiente para dizer que este é um ótimo livro, que eu favoritei no Skoob, e dei um lugarzinho privilegiado na minha estante, preciso dizer que 'Labirinto' recebeu uma diagramação lindíssima, semelhante ao livro que a personagem Sarah lê no filme, o que tornou a experiência ainda mais perfeita. Isso sem falar nas várias ilustrações de Brian Froud, acompanhadas do diário de criação de Jim Henson, que incrementa ainda mais o exemplar. É com certeza um prato cheio para os fãs do filme, além de ser uma fantasia inesquecível e capaz de conquistar adultos e crianças como fez o clássico de Lewis Carroll.

NOTA:  

James Maury "Jim" Henson (24 de setembro de 1936 - 16 de maio, 1990) foi um "American puppeteer", artista, cartunista, Imagineer, inventor, roteirista, diretor de cinema e produtor americano, mais conhecido como o criador dos Muppets. Como um manipulador de marionetes, Henson realizou vários programas de televisão, tais como Sesame Street e The Muppet Show, filmes como The Muppet Movie e The Great Muppet Caper, e criou bonecos avançadas para projetos como Fraggle Rock, The Dark Crystal e Labyrinth. Ele também foi indicado ao Oscar, como diretor, por seu curta-metragem Pedaço Time, Emmy Award-winning produtor de televisão, e fundador do The Jim Henson Company, a Fundação Jim Henson, e de Jim Henson Creature Shop.

A.C.H. Smith é um escritor e dramaturgo inglês. Sua obra inclui mais de doze romances e vinte peças teatrais. Smith se especializou na novelização de roteiros cinematográficos, entre eles as versões literárias de dois filmes de Jim Henson, Labirinto e O Cristal Encantado.