[Resenha] Fábrica de Vespas - @DarkSideBooks

Titulo Original: The Wasp Factory
Autor: Iain Banks
Páginas: 240
Editora: DarkSide Books
Ano: 2016
Gênero: Suspense, Mistério, Terror
Comprar: Americanas, Submarino, Shoptime

Sinopse: Frank – um garoto de 16 anos bastante incomum – vive com seu pai em um vilarejo afastado, em uma ilha escocesa. A vida deles, para dizer o mínimo, não é nada convencional. A mãe de Frank os abandonou anos atrás; Eric, seu irmão mais velho, está confinado em um hospital psiquiátrico; e seu pai é um excêntrico sem tamanho. Para aliviar suas angústias e frustrações, Frank começa a praticar estranhos atos de violência, criando bizarros rituais diários onde encontra algum alívio e consolo. Suas únicas tentativas de contato com o mundo exterior são Jamie, seu amigo anão, com quem bebe no pub local, e os animais que persegue ao redor da ilha. Abandonado à própria sorte para observar a natureza e inventar sua própria teologia – a maneira do Robinson Crusoé de Daniel Defoe –, Frank desconhece a escola e o serviço social, já que seu pai acredita na educação “natural”, recomendada pelo filósofo do século XVIII Jean-Jacques Rousseau e apresentada em seu romance Emílio, ou Da Educação (1762), que sugere que as crianças devem crescer entre as belezas da natureza, permitindo que elas se deleitem com a flora e a fauna. A natureza humana seria boa a princípio, mas corrompida pela civilização. Quando descobre que Eric fugiu do hospital, Frank tem que preparar o terreno para o inevitável retorno de seu irmão – um acontecimento que implode os mistérios do passado e vai mudar a vida de Frank por completo. (SKOOB)

Um livro que irá lhe desconcertar!

'Fábrica de Vespas' é um livro estupidamente desconcertante! 

Narrado em primeira pessoa o leitor afunda na mente de Frank, um jovem de apenas 16 anos, nada normal, frio e indiferente para com diversos assuntos. Ele vive com o seu pai um senhorzinho cheio de manias o qual eu não consegui decifrar a personalidade durante a leitura, por mais que esteja bem explícito que ele é apenas um homem não tão velho (como deve ter soado acima); que faz coisas comuns para pessoas dessa idade, mas senti algo em relação a ele, não sei explicar bem, fiquei com uma pulga atrás da orelha, o 'véio' é sinistro.

Frank não é filho único, seu irmão mais velho se chama Eric. Durante sua infância Eric aparentava ser um garoto comum, com muito mais sanidade mental do que Frank, no entanto após certos acontecimentos Eric foi internado em uma clínica psiquiatra para tratar seu constante descontrole mental, como quando por exemplo ele... HAHAHA achou mesmo que eu iria dar spoiler!?  A forma com que a história de Eric é desenrolada é tremendamente instigante, no mínimo você terá um, dois... dez calafrios com a narração dos fatos.

A mãe de Frank abandonou a família ainda quando ele era criança, logo após o nascimento de seu irmão mais novo, Blyth. Obviamente ser abandonado causa certos traumas nas crianças e até mesmo nos adultos que compartilhavam de uma convivência formal; hoje aos 16 anos, Frank odeia sua mãe e tal ódio se expandiu para todo o gênero feminino, ele despreza as mulheres como se fossem uma das pragas desse mundo. 'Tem machismo nesse livro? Não, magina...''

Frank teve de crescer e aceitar a vida que lhe fora dada, sua personalidade foi sendo construída através dos traumas que teve. Em busca de uma válvula de escape para seus problemas, ele mata três pessoas e nos conta em detalhes o porque e como o fez; nesse ponto da narrativa eu estava sem chão, largado ao vento e levando baldes de água fria na cara com tamanha crueldade e frieza com que ele explica esses 'acontecimentos.'

Esse é o placar até agora. Três. Não Mato ninguém há anos, e não pretendo fazer isso de novo. Foi só uma fase pela qual passei.

A mente de Frank aplica uma série de rituais que implicam em seu agir, ele parou de matar pessoas, que ótimo, só que não! Ao matar ele sentiu uma espécie de satisfação e alívio, mas não queria continuar matando pessoas, então ele fez oque... passou a matar animais, temos descrições de cenas em que ele está em 'ação', cenas que super incomodam e lhe faz questionar a barbaridade da mente humana.

Não preciso nem falar que fui criando inúmeras teorias para o final da história, né!? É super difícil eu me permitir ficar abalado por causa de narrativas literárias, mas não sei qual é a magia negra que o autor Iain Banks usou nesse livro que senti um desconforto tão grande que nunca havia tido antes, não pela história ser ruim, muito pelo contrário, é ótima, mas sim pelo fato de que neste livro temos acesso à mente de um psicopata 'dos bons', e isso fará um desgraçamento 'legal' em você durante e após a leitura.

'Fábrica de Vespas' super recomendo para quem gosta de livros que narram uma realidade que existe e que infelizmente muitas pessoas se recusam a enxergar, mas principalmente recomendo para os defensores da inocência de uma criança, àqueles que dizem que elas não sabem de seus atos, aaah 'querido(a)', que pena de você!

... queria ressaltar que a inocência infantil não - e nem era - como a maioria das pessoas parecem pensar; crianças provavelmente nutrem quase tantos pensamentos violentos quanto os adultos. Elas apenas não costumam ter um quadro moral sofisticado no qual colocá-los. 

NOTA:

Iain Menzies Banks (Dunfermline, Fife, 16 de fevereiro de 1954) foi um escritor britânico. Ele escreveu ficção realista como Iain Banks, e ficção científica como Iain M. Banks. O pai de Banks era um oficial do Estado Maior da Armada Britânica e sua mãe foi, por um tempo, uma patinadora profissional no gelo. Banks estudou Inglês, Filosofia, e Psicologia na Universidade de Stirling. Ele tornou-se conhecido por seus livros de ficção científica da série "A Cultura" (The Culture), sobre uma sociedade utópica futurista, cujo último livro publicado foi o "The Hydrogen Sonata", de 2012. Seu último livro, publicado postumamente, foi "The Quarry", sobre uma criança autista e seu pai que está morrendo de câncer.

See you soon, Lucas!