Fake, Orkut e um pouco de nostalgia

Sou definitivamente uma pessoa saudosista.

Desde o inicio do ano, quando vi uma Tag literária no canal de uma booktuber, eu tenho ouvido em demasia as musicas da banda RBD. Se você foi adolescente ou pré-adolescente entre os anos de 2005 e 2008 pode até não ter sido fã, mas com certeza ouviu falar e muito dessa banda, que arrastou multidões de pessoas aos seus show ao redor de todo mundo.

A banda marcou minha vida não só musicalmente, em meados de 2006, no auge de seu sucesso, milhares foram os perfis que surgiram no orkut - rede social bombada da época - de Anahís, Dulces Marias e Maite Perronis. Ainda inocente, eu cheguei acreditar que eram realmente as meninas, até que mais tarde uma amiga me explicou que aquilo era um FAKE.

O que é fake? Era um perfil falso de um artista muito conhecido.

Logicamente eu entrei na onda, e alguns dias depois já tinha meu primeiro FAKE, Any bananinha. Ps.: Não vamos comentar as escolhas de nome ahahaha. O tempo foi passando e a "evolução" foi chegando a esse universo. Antes só entravamos para adicionar as pessoas e mandar um 'oi', então agora, os primeiros laços de amizades começaram a ser formados, e o tempo que eu dedicava a essa rede social que era minimo, passou a se estender, e eu comecei a gastar horas e horas do meu dia nesse mundo.

Conversas sem nexo, porém muito engraçadas, amizades e de vez em quando até conversar sobre o off - ou seja, sobre a pessoa atrás do fake - começaram a rolar. Mais uma vez, esse universo se atualizou, e era cool agora ter família no perfil, participar de festas em comunidades, e escolher com quem iria dividir o quarto nas comunidades da escola Elite Way School. 

Mas o mais tope da balada era ter namorado fake.

Novidades! Agora já não era mais legal ter família no perfil, e muito menos participar de festas em comunidades. Any Banananinha? Dul Moranguinho? Nada disso, os nomes agora precisavam ser mais diferentes e legais, eis que surge então a Potranka - sim com K, para ser diferente e descolado.(hahaha). Ah, os namorados ainda eram legais de se ter.

As doações de fotos se tornaram os perfis mais bombados do fake. Ficávamos os dias vigiando as atualizações, esperando as fotos mais divertidas e bonitas das meninas do RBD para trocarmos os avatares. As edições se tornavam cada vez mais profissionais. Como retribuíamos esse trabalho maravilhoso das doações? Através de depoimentos ... "O que dizer desse doação que eu conheço pouco, mas já considero pakas? Melhores fotos do orkut (...)".

Mais uma nova fase se iniciava, e agora a moda já não era mais ter fake de Rebelde. Os perfis e as doações agora eram repletas de fotos de meninas comuns, que eram consideradas muito bonitas e tinha fotos diferentes e divertidas. Confesso que fui muito relutante a essa transição, mas no fim acabei sedendo e assim surgiu Mac Pietra. Que infelizmente, ou felizmente foi o meu ultimo fake.

Durante todos esses anos o Orkut Fake funcionou como um "tabua de salvação" para mim. Enquanto brincava, conversava ou fazia amizades nesse mundinho, eu tive a oportunidade de me expressar sem ser julgada, de encontrar pessoas que tinham os mesmos interesses que o meu e tive pude crescer também em vários sentidos.Ainda nessa época que tive a oportunidade de conhecer as fanfics, que só reforçaram e afirmaram meu gosto pela leitura. E também tive a oportunidade de conhecer amigos que carrego comigo até os dias atuais.

Muitas vezes me pego pensando na minha época de fake e e bate uma saudade imensa, e numa necessidade de compartilhar minimamente essa experiencia maravilhosa e marcante com vocês , eu resolvi criar esse post. Nessas inúmeras palavras não existem nem um centésimo de tudo o que eu gostaria de dizer, mas como não consigo encontrar outra forma de me expressar, por ora esse post vai valer.  

Ao Fake, o meu muito obrigada!