Os cabelos longos ricocheteavam no seu rosto miúdo. A face estava corada devido ao
clima sempre tropical do país onde morava, estava virada na direção
do vento e carregava um sorriso singular. Os olhos fechados, a
permitiam viver o momento sem que nada e nem ninguém a incomoda-se.
Poderiam ter se passado
minutos, ou até mesmo horas, e ela permanecia na mesma posição.
Desfrutando da natureza. No entanto, o sol começava a se retirar
timidamente, dando lugar a um crepúsculo demasiadamente encantador.
Decidida a aproveitar ao máximo a oportunidade, ela se sentou na
grama da pequena montanha que havia escalado naquela manhã, e
assistiu ao encontro dos dois amantes mais antigos do mundo. O sol e
a lua.
Os tons rosas, azul
claro e lavanda invadiam o céu sobre sua cabeça, pintando o
horizonte com calmaria, serenidade e outros sentimentos que levavam
a garota a sentir-se caminhando sob as nuvens. Tão acolhedor e
aconchegante.
Subitamente um estranho
barulho que destoava completamente do ambiente de calmaria, começou
a se fazer presente. Ela tentou ignorar, mas o barulho era
insistente e parecia provoca-la. E com em um momento de eureka a
garota percebeu que o barulho, era na verdade uma musica, uma musica
que ela havia escolhido como toque para desperta-lá.
Inconformada, ela
começou a lentamente abrir os olhos, enquanto tateava a mesinha ao
lado de sua cama, afim de encontrar o celular e desligar o
despertador. Bufando e lamentando, ela sentou-se na cama e fitou o
notebook ainda ligado, sob o chão ao lado de sua cama. A paisagem,
na qual ela estava até minutos antes e da qual desfrutava, estava
estampada na tela do computador. Era tudo simplesmente um sonho.
Aliás, era sempre sonho. Sonho.
Com um movimento brusco, deixando claro sua frustração, ela fechou a tela do computador
e capturando o celular sobre a mesinha se encaminhou até o banheiro.
Parada enfrente ao espelho, que cobria boa parte da parede do
banheiro, ela tentava acostumar-se com o novo visual. Os cabelos
recém tingidos, ainda traziam a ela uma sensação de desconforto e
não pertencimento.
Olhar não faria os
cabelos voltarem a ser como antes, e muito menos a sossegaria o
espírito. Então, ela selecionou uma lista de musicas, as
preferidas do momento, e colou para tocar no celular enquanto tomava
banho e fazia as outras higienizações matutinas necessárias.
No andar de baixo, a
sua casa começava a ganhar vida, algumas vozes podiam ser ouvidas, os objetos inanimados, tais como o fogão e microondas, haviam se
personificado e se faziam presentes também.
Suspiro.
Ela desceu as escadas
pisando nas pontas dos pés, como havia aprendido há anos atrás no
ballet. Brincava. Tocava com os pés os degraus, como tocava com os
dedos as teclas frias e plácidas do seu piano.
Pulou o ultimo degrau.
Não queria concluir aquela musica.
Na cozinha, sua mãe
impecavelmente arrumada – como em todas as manhãs – preparava o
café da manhã. Seu suco de laranja, repousava sobre a mesa, logo
a frente do seu irmão mais novo.
“Bom dia” A voz
comedida da mãe a saudou.
“Bom dia” ela
respondeu no mesmo tom mediano.
O café da manha, foi
como em todos os outros dias. Ela levantou-se ao acabar de comer,
colocou a louça sobre a pia, despediu-se dos irmãos, da mãe,
escovou os dentes e foi para escola.
Saudou a amiga com um
tom alegre, quase eufórico. Tão diferente do usado em casa.
Conversaram em todos os momentos, nos que eram permitidos e nos que
não eram também.
“ Vamos ao teatro
amanha?”
“Não posso –
respondeu ela – tenho aula de piano.”
“ Na quarta ?”
“Aula de francês.”
“ Na quinta?”
“ Piano novamente.”
“ Sexta ?”
“ Pode ser.”
“Combinado!”
“Oh! Sexta não dá,
é aniversario da vovó.”
“ Que saco!”
“ É.”
Voltou para casa
sozinha. Almoçou com os irmãos. Era segunda, tinha aula de ballet,
mas precisava estudar pra prova de biologia II da próxima terça.
Foi para a aula. Dançou como fazia desde cinco anos.
Voltou para casa,
lanchou com os irmãos e com o pai, a mãe não estava. Estudou
para prova até bem tarde. Achou uma linda foto na internet. Mudou a
proteção de tela do computador, recolocou-o no chão e fechou os
olhos.
Não via nada, mas
podia sentir a brisa leve e úmida, assim como podia ouvir o
movimento da água. O barulho da cidade era distante, era como um
sussurro doce e gostoso de ser ouvido. Musica ambiente. Apesar das
pálpebras fechadas, sentia as luzes que não deixavam o ambiente
completamente escuro.
Lentamente abriu os
olhos.
Prédios, construções
e outros fragmentos de urbanização se estendiam na frente da garota, as luzes brincavam em diferentes formatos, tamanhos e cores. Não
havia brisa úmida e muito menos água ou lago. Só havia o reflexo
da sua janela.
Era um sonho. De novo, apenas um sonho.
E ai, o que acharam desse texto? Menos confuso que o anterior (leia aqui) hahha? Por que sim, eu quis deixar o outro texto confuso, mas acho que exagerei né ??? Hahahah Contem me tudo!
Beijos , Anna (:
Eu me senti na pele dessa moça. Mesmo. As descrições de Veneza e do pôr-do-sol foram de tirar o fôlego. Parabéns, você tem potencial! Gostaria de ler mais :)
ResponderExcluirClara
@clarabsantos
clarabeatrizsantos.blogspot.com
Fiquei com vontade de quero mais, que esse texto foi pouco, quero saber mais sobre a vida dela! Li o outro conto e mds o final me surpreendeu !
ResponderExcluirQuero mais!
Grande beijo Anna :)
Blog Sonhos Perdidos
Ahhh , apaixonada . E sim eu quero mais *-* . Você tem um grande talento garota. Amando*-* . Parabens.
ResponderExcluirBeijocas :*
www.missdivablog.com
Nossa que bacana. Você escreve bem, e eu não achei confuso não. Pelo menos eu entendi rs.
ResponderExcluirBeijos.
http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/