Titulo Original: Hell
Autor: Lolita Pille
Editora: Intrínseca
Páginas: 205
Ano: 2003
Gênero: Romance
Hell, a protagonista , narra suas aventuras em meio a burgueses e aristocratas do bairro 16ème. (o 75016 do título), em Paris. Ela é uma entre tantas jovens a ter a ausência dos pais compensada pelo dinheiro. Usa sandália Prada e bolsa Gucci para almoçar com as amigas em restaurantes badalados ou cheirar cocaína em boates freqüentadas por jovens milionários de várias nacionalidades muito à vontade numa Europa globalizada. As madrugadas culminam com sexo casual e ecstasy. A juventude dourada é desbotada pela descrição de tipos como a amiga obrigada a lidar com o escândalo do pai, traficante de armas. Ou pela colega sempre às voltas com o namorado que faz tráfico de prostitutas do Leste europeu. Elas abusam do Prozac e das plásticas. Eles vão e vêm em Porsches e Ferraris, perpassando endereços tão chiques quanto o bulevar Saint-Germain, a Champs-Elysées e a rua Faubourg-Saint-Honoré. A geografia da alta costura parisiense abriga um submundo de gente fútil e infeliz. Entre idas e vidas, Hell conhece um jovem e tem um instante de humanidade, mas os dois são desiludidos demais. O relato de Lolita Pille choca pelo excesso de sinceridade. Nada é mascarado. Ela faz uso do cinismo para abalar estruturas sociais seculares, num texto tão ágil e frenético quanto a vida da personagem/autora. Assume que é mundana, indo além de si, do diário, para lançar um olhar crítico, quase antropológico, sobre uma geração privilegiada.
Ácido e catártico. Assim podemos definir o romance de Lolita Pille, Hell.
Logo na primeira frase do livro, nós leitores somos impactados
pela escolha vocabular utilizada pela autora, Lolita não mede palavras e nem ao menos utiliza-se de eufemismos para
definir Hell, sua personagem
principal.
“ Sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis , da pior espécie;
uma sacana do 16ème, o melhor bairro de Paris , e me visto melhor que sua
mulher , ou a sua mãe.”
No entanto somos instigados a cada nova palavra a querer
entrar de cabeça no mundo luxurioso e hipócrita de Hell. Ela é simplesmente um típico estereótipo da
juventude parisiense, que vive a base de bebidas caras, drogas ilícitas e
milhões de francos gastos em compras inúteis e desnecessárias em lojas como por exemplo a
Dior. Através dela somos apresentados, então, aos melhores hotéis, clubes, baladas, e lugares a se frequentar , quando se
tem como objetivo fazer parte da elite
parisiense.
Fria, calculista, arrogante e muitos outros adjetivos nada agradáveis Hell conquista nas pessoas que a cercam sentimentos completamente antagônicos , ódio e amor , rejeição e aceitação , repulsa e admiração. Porém Hell é apenas uma garota de 17 anos , que quer ser amada , que quer encontra seu príncipe encantado , que quer viver sua juventude , que quer experimentar a vida de todas as maneiras possíveis , que quer na verdade fugir do seu vazio e corruptível mundo.
Andrea um homem de 22 anos que também mora no 16ème , é tão rico , poderoso , sedutor e repulsivo quanto Hell . Pertencente a mesma elite parisiense , donos dos mesmo costumes e defeitos Andrea traz em si a mesma inquietação que Hell . Apesar de tentarem a todo o momento dentro do romance transmitir a ideia de que estão plenos e felizes com suas vidas, Andrea e Hell deixam passar sutilmente para o leitor o quão enjoado estão da vida e do mundo em que vivem.
É através de Andrea , no entanto , que presenciamos Hell
sair de sua zona de conforto e se permitir viver o mundo que ela acredita ser ideal . Com um
romance iniciado meio que as avessas , o casal se distancia do mundo glamuroso
e doentio em que vive e passam a conviver em um mundo onde só existem os dois ,
logicamente que apesar de ser como uma
bolha o novo mundo deles , essa bolha é o que podemos chamar de ‘bolha dourada’
, pois apesar de denunciarem e de colocarem o dinheiro como o maior vilão em
suas vidas , em momento algum eles deixam de desfrutar dos confortos que esse ‘vilão’ os oferece.
Caímos no clichê , na previsibilade quando finalmente temos então o amor entre
Hell e Andrea como redentor de toda a vida ‘errada’ que tinham antes de se
conhecerem. Somos alimentados então com romance a qual esperamos desde o
inicio da narrativa , somos colocados de frente ao final feliz , somos então
frustrados. Porque nessa historia que é transformação de um um real em algo
ficcional o amor não é redentor e muito
menos salvador de nenhuma das personagens .
Hell leva o tempo de
seis meses para se ver enjoada do mundo que escolheu viver com Andrea , se vê
cansada dessa vida sem ‘diversão’ , e acima de tudo se vê assustada diante dos
seus sentimentos para com Andrea. É a partir desse ponto que toda a historia previsível
se de desconstrói e a verdadeira
historia do livro vem a tona . É a partir desse ponto , que se assim como eu
você não for o tipo de leitor modelo , ou seja , aquele que não se envolve com
a narrativa, você se vê entrando num estado de letargia e ressaca literária ,
no qual você se recusa a ler a ultima frase do livro , apenas para não encarar
o fim logo abaixo .
NOTA:

Beijos Anna (:
Eu não me interessei pelo livro, porque esse tipo de livro, para mim é um tanto fútil, parece que não tem nada de bom pra passar ao leitor. Mas parabéns pela resenha, Anna!
ResponderExcluirThamires , eu acredito que fútil seja a Hell , não sua historia HAHA , deu pra entender? Mas obrigada pelo elogio , fico feliz que tenha gostado da resenha *-*
ExcluirNossa, eu li esse livro ha muito tempo!!! Gostei tanto que reli, mas confesso que ja esqueci bastante coisa. Sua resenha me deu vontade de lê-lo mais uma vez!!! Realmente é um livro muito bom e uma ótima dica.
ResponderExcluirbeijos
Kel
porumaboaleitura.blogspot.com.br
Kel , que bom que minha resenha despertou esse tipo de sentimento em você hahaha!!
ExcluirBjs, Anna!
eu fiquei na duvida se leria ou nao sabe
ResponderExcluirmas parece ser legal
Alice , posso desfazer sua duvida ? se sim, leia então! kkkk
ExcluirBjs , Anna!
Ebaaaaa alegria da vida inteira. Tenho esse livro aqui em casa, não sie de quem, mas sempre me chamou a atenção só pelo nome Lolita (que é o titulod eum dos meus livros favoritos) mas nunca peguei para ler. E sua resenha me motivou em breve, com certeza quero ler!!! :)
ResponderExcluirHelena
https://hassdc.wordpress.com
Helena, eu adoro Lolita do Vladimir, é um livro sensacional *-* E bom se você tem o privilegio de ter esse livro em casa , lei por favor . HAHA
ExcluirBjs , Anna!
Oi Anna!
ResponderExcluirNossa, o livro me parece excelente, fiquei curiosa a respeito dele. Gostei de saber que a previsibilidade adentra depois se desconstrói.
Beijão
Yeeah , toca aqui Sofia ô/ senti que é das minhas HAHA. O livro é maravilhoso , vale muito a pena ler !
ExcluirBeijos , Anna!
Não conhecia esse livro, e também não tenho tanto curiosidade em lê-lo, não sei porque.
ResponderExcluirDavid - Leitor Compulsivo
David , eu te entendo completamente ! Mas de ao livro pelo menos o direito da duvida (:
ExcluirBjs , Anna!
Achei essa estória muito boa do meu ponto de vista!!
ResponderExcluirhttp://enfimshakespeare.blogspot.com.br/
Espero que você leia o livro então , acho que gostará
ExcluirOlá Anna,
ResponderExcluirBem interessante essa sua resenha. Estou com um livro da Lolita aqui para ler mas ainda não encontrei tempo.
Espero poder lê-lo em breve :)
Beijos,
http://www.segredosentreamigas.com/
Ola!!! seu blog é maravilhoso amei, sucesso Deus seja contigo
ResponderExcluirjá estou te seguindo. (OBRIGADO PELA VISITA)
Curta e participe do meu blog e fan page.
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Ana, sua resenha ficou ótima. parabéns. Amei muito. Hahahah
ResponderExcluirBeijo
http://radarmexeriqueiro.blogspot.com/
Gostei muitíssimo da sua resenha, não conhecia esse livo e acabei ficando curiosa para ler ;) Já coloquei na minha lista de desejados ;)
ResponderExcluirBeijinhos
Renata
Escuta Essa
http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
@blogescutaessa
Oi Anna,
ResponderExcluirGostei muito da resenha. Nunca tinha lido nenhuma resenha desse livro mas achei interessante por não ser previsível. Deve ser um livro meio chocante e para se pensar.
Bjs
entrepaginasesonhos.blogspot.com.br
Oi Anna,
ResponderExcluirNo início da resenha a história me pareceu bem forte,mas como romântica inconfundível me decepcionei ao ver que o amor não é redentor e construtivo.
Bjos
www.roubandolivros.com
Oi!
ResponderExcluirAinda não conhecia o livro, mas ele parece ser bom.
Mas ainda não sei se o leria. rs
BjO
http://the-sook.blogspot.com.br/
Oi. Eu não li a resenha porque ainda não li o livro, e não gosto de ler resenhas de livros que ainda não li. Só queia dizer que li "Cidade da penumbra" e me apaixonei por Lolita, quero ler todos os livros dela!
ResponderExcluirOi Thais!
ResponderExcluirAmei sua resenha! Parabéns! Já vi várias críticas positivas a essa autora e tenho outro livro dela aqui para ler. É daquelas narrativa que sinto que vou gostar e vai me surpreender, e fiquei com ainda mais certeza depois de ler sua resenha.
Beijos
http://poesiasprosasealgomais.blogspot.com.br/
Olá Fran, obrigado amore, mas a resenha desta vez foi feita pela Anna, colunista aqui do blog, que bom que vc gostou!!
ExcluirOiee amiga, tudo bem com você ?
ResponderExcluirEu tive passando aqui no seu blog nas suas atualizações, mas faz tempo que não te vejo passando no meu em ?? E outra, sabe o que queria te pedir ?
Eu queria pedir par aque você além de me seguir, linkasse o meu blog, porque logo logo vou mudar o layout do meu blog e estou seprando quem tá me linkando e quem ta se tornando parceiro. Ateh quem ta me seguindo para eu me organizar. Se puder fazer isso linda agradeço.
E outra coisa, tenho saudades de vc...aparece poxa vida =/
beijinhos
lovereadmybooks.blogspot.com.br
Fiquei afastada esses últimos dias mesmo flor ;)
ExcluirGostei bastante da premissa do livro, parece ser bem tenso. A capa é simples, mas bem atrativa. A parte que você disse da história caminhar pra algo previsível e depois se transformar totalmente me deixou muito intrigada.
ResponderExcluirBeijos
fromafallenangelsheart.blogspot.com
Procurei em bibliotecas, não achei. Tenteei meus amigos, não cederam. Só me falta comprá-lo, assim que eu ver em um preço bom, o comprarei. São opiniões tão diversas que a vontade de ler me arranha e, sendo sincero, gosto desta escrita "sou puta mesmo", acho meio libertadora, haha.
ResponderExcluirAbraços!