Título Original: Killer Clown - The John Wayne Gacy Murders
Autor: Terry Sullivan & Peter Maiken
Editora: DarkSide Books
Páginas: 424
Ano: 2019
Gênero: Crime / Não-ficção
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Sinopse: O palhaço Pennywise, de It: A Coisa, é apenas uma ficção macabra perto de Pogo, o alter ego de John Wayne Gacy. Cidadão modelo. Empresário de sucesso. Voluntário do hospital. Um dos assassinos em série mais sádicos de todos os tempos. Poucas pessoas podiam ver o monstro cruel sob a maquiagem colorida de palhaço que Gacy usava para entreter as crianças. Poucas pessoas podiam imaginar o que estava enterrado em sua casa de horrores. Quando um adolescente desapareceu pouco antes do Natal de 1978, Gacy foi detido e uma equipe de investigadores foi enviada até sua casa com um mandado de busca. Enquanto vasculhavam o local procurando por pistas, toparam com indícios cada vez mais comprometedores e sinistros. O promotor do caso, Terry Sullivan, começava então a maior caçada de sua carreira. Sullivan reconstruiu a investigação — de registros de violência no passado de Gacy à horrível descoberta de mais de trinta vítimas atribuídas ao assassino e ao chocante relato de testemunhas oculares — para levar o leitor ao centro de um julgamento e seus desdobramentos. Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino, novo livro da linha Crime Scene®, da DarkSide® Books, traz detalhes de investigações e audiências de John Wayne Gacy pela voz de quem caçou e prendeu o assassino em série brutal. Capítulo a capítulo vemos o caso se desenrolar, e as duas faces de Gacy — a do empresário bem-sucedido que ainda encontrava tempo para se dedicar aos interesses da comunidade e aquela que os psiquiatras nomeados pelo tribunal pintaram em seu julgamento — se mesclarem. Raramente é possível fazer um retrato tão profundo e fiel de um monstro. A história de Gacy veio à tona e perturbou profundamente os moradores de Chicago. Como confiar novamente nas figuras que os rodeavam? O julgamento foi repleto de depoimentos e conjecturas obscenas da defesa, mas terminou com Gacy condenado à morte. Ele aguardou a execução de sua sentença por catorze anos, e usou seu período de isolamento para pintar diversos quadros (palhaços, autorretratos, figuras religiosas e bastante polêmicas), muitos dos quais foram vendidos — outros tantos queimados. Poucos anos depois da condenação de Gacy, as pessoas viriam a se assustar novamente com palhaços, mas dessa vez na ficção: Stephen King lançou It: A Coisa em setembro de 1986, deixando para sempre a imagem perturbadora do palhaço Pennywise na mente de todos. Apesar de nunca ter confirmado a inspiração, os fãs do escritor de coração assombrado relacionam a origem do personagem com o visual de Gacy. E para quem sofre de coulrofobia, meio sorriso distorcido pela maquiagem excessiva já basta para causar pesadelos. Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino não pode faltar na estante dos darksiders. A Coleção Profile, da linha Crime Scene®, já publicou Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado e BTK Profile: Máscara da Maldade, obras completas para quem quer investigar a mente dos psicopatas. O trabalho de Terry Sullivan e seu coautor, Peter T. Maiken, revelam os detalhes do caso de Gacy com uma narrativa envolvente e informativa que os verdadeiros fãs de true crime apreciam. (SKOOB)
'Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino' é um livro de não-ficção lançado pela DarkSide Books em 2019, escrito por Terry Sullivan que atuou na época como promotor e fez parte de toda investigação do serial killer.
Em dezembro de 1978 numa farmácia, um jovem de 15 anos, Robert Piest, conheceu o empreiteiro John Wayne Gacy, famoso por contratar jovens rapazes e pagar-lhes bons salários, e até então considerado um cidadão acima de qualquer suspeita. Entretanto, Rob jamais voltou desse encontro e a partir daí a polícia de Des Plaines revirou todo o passado de Gacy e se deparou com um dos maiores serial killers da história dos Estados Unidos.
Trata-se de um crime da vida real. Aqueles assassinatos não são ficção. Aconteceram de verdade. Esse caso sempre fará parte da história de Chicago e dos Estados Unidos. As pessoas vão querer saber o que movia Gacy. - Página 362
Quero começar dizendo que eu tinha toda uma ideia sobre o que o livro falava, mas fiquei em dúvida se realmente seria uma leitura de que eu gostaria. E que bela surpresa não foi me ver cada vez mais envolvida nessa história. Logo nas primeiras páginas acompanhamos o sequestro de Rob Piest e somos instigados a tentar entender o que houve com ele, a cada página eu me via presa na história e superatenta aos relatos dos personagens, para tentar montar uma linha do tempo sobre o que ocorreu naquela noite.
Eu amo séries policiais e não demorou muito para que eu estivesse envolvida na história, foi muito interessante acompanhar todo o processo jurídico, até então eu tinha uma ideia muito errada sobre o funcionamento da justiça americana, todas as minhas informações vinham das séries, mas é importante ressaltar que a história acontece em 1978, de modo que criminologia forense era mais arcaica, nas próprias notas o autor revela que existiram criminosos soltos pois não tiveram seus direitos lidos, parece absurdo não?
Acho que o que mais me impactou foi ver toda a interação da polícia com Gacy, eles passaram horas em frente à sua casa vigiando-o (e não é nada glamoroso como Hollywood nos mostra) e chegaram até a dividir refeições, muitas vezes o próprio assassino desabafou com eles, isso me deixou muito assustada, afinal depois de assassinar 33 pessoas ele se declarou inocente por diversas vezes e era até então uma pessoa como qualquer outra e para o espanto das autoridades, chegou a ficar frente a frente com a primeira dama.
John Wayne Gacy sempre será fascinante porque, por trás da fachada de pessoas comum, se escondia um monstro terrível. - Página 371
Muitas vezes durante a leitura precisei fechar o livro e chorar, diversos relatos foram chocantes e embrulharam o meu estômago, o que esses jovens sofreram e a destruição de tantas famílias me deixou nauseada. É impossível não sentir empatia e se questionar sobre a situação, crianças e jovens tiveram sua vida ceifada por um simples capricho de um assassino que jurou até o último minuto estar certo em suas atitudes. Foi incrível acompanhar toda a investigação e ver o comprometimento da polícia, por meses a vida destes policiais girou em torno desse crime e nas últimas páginas o autor encontra alguns de seus ex-companheiros e foi muito interessante ver a percepção de cada um deles tantos anos depois do ocorrido.
Ainda hoje existem corpos que permanecem sem identificação, o próprio Gacy disse não se lembrar de todas as vítimas e na época muitos jovens que desapareciam eram classificados no sistema como fugidos de casa. Esse livro foi uma experiência única e me levou do céu ao inferno com tantas emoções, não recomendo para todos por conta dos diversos relatos de pedofilia, abuso sexual e físico, tortura e extrema homofobia. Enfim, gatilhos não faltam, mas quem puder dê uma chance a essa história, saia da sua zona de conforto e venha conhecer todas as barbáries de que o ser humano é capaz, esse livro me marcou e estou ansiosa para ler outros livros com o mesmo tema.
NOTA:

Terry Sullivan foi o promotor responsável pela investigação e pela prisão de John Wayne Gacy e uma das peças-chave da acusação em seu julgamento. É presidente do The Sullivan Firm, um escritório de advocacia com filiais em Rolling Meadows e Chicago. Hoje advogado autônomo, atua há dez anos como analista jurídico na emissora WGN-TV, de Chicago, Illinois, e e já participou de inúmeros programas locais e nacionais de rádio e televisão. Fez análises de casos de grande repercussão e dos julgamentos de O. J. Simpson, William Balfour, Drew Peterson e Saddan Hussein.
Peter Maiken iniciou sua carreira no jornalismo ao trabalhar no jornal de Illinois e depois se juntou ao Chicago Tribune em 1963 como um dos editores. Publicou seu primeiro livro, Rip Off, em 1979, e quatro anos depois escreveu Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino em parceria com Terry Sullivan. Em 1989 publicou seu terceiro e último livro, Night Trains. Ainda que não tenha sido músico profissional, foi pianista de jazz e tocava despretensiosamente em alguns lugares. Morreu em 2005, aos 71 anos, após uma batalha contra o câncer de pulmão.